No contexto do processo de
designação dos candidatos do PS a presidentes de Câmara, aprovado pelos órgãos
nacionais do PS, foi convocada uma Comissão Política Concelhia ordinária para
sexta-feira, 23 de Novembro.
Entretanto, de forma
inopinada, foi convocada outra reunião da Comissão Política para alguns dias
antes, 19 de Novembro, cujo ponto único consiste em apresentar os "ditos
resultados" do tal estudo de opinião encomendado pelo presidente da
Concelhia, estudo esse mandado fazer sem a auscultação e participação prévia da
Comissão Política numa fase em que tal se justificava.
Os elementos da Comissão
Política Concelhia do PS/Braga eleitos pela lista liderada por António Braga
não vão participar nessa reunião extraordinária de 19 de Novembro por a
considerarem extemporânea e uma mera tentativa de propaganda e agitação
política com fins inapropriados à coesão partidária.
Assim sendo, esta reunião
vai registar somente a presença dos elementos eleitos na lista liderada por
Vítor Sousa, que neste acto de propaganda assumirão sozinhos toda a
responsabilidade pelo processo que têm desenvolvido para a escolha do candidato
do PS à Câmara Municipal de Braga.
Como é público, por estas
razões, nunca aceitámos este estudo realizado nas costas dos militantes
socialistas, à revelia do órgão competente e sem a participação dos membros da
lista de António Braga.
A juntar a essas razões de
foro político, acrescem também razões do foro técnico, pois, segundo se sabe,
este estudo de opinião arrastou-se no tempo contra as normas científicas
estatuídas para tais estudos. Por isso, e por todas as razões já tornadas
públicas, não podemos aceitar nem reconhecer os resultados que tal estudo
encomendado poderá trazer. Não soubemos nada da sua génese no tempo próprio,
nem sabemos, e isso torna o estudo absolutamente enfeudado a interesses
incompatíveis com a natureza desse instrumento.
É bom lembrar que na
primeira reunião da Comissão Política Concelhia, sequente às eleições internas
de Junho, foi assumido pela sua presidência o compromisso de realizar em
Setembro uma reunião - o que não veio a acontecer - para definir os critérios e
quesitos para a realização de uma sondagem com vista a encontrar o militante
que reunisse as melhores condições para encabeçar a lista do PS à Câmara
Municipal de Braga.
A opção pela realização de
uma sondagem tinha como intenção contribuir para, de forma clara e
transparente, ajudar o partido a encontrar os melhores nomes que, em última
análise, seriam submetidos a eleições directas dentro do PS.
De salientar que as
eleições directas internas já foram regulamentadas e são hoje mais uma
possibilidade para escolher o candidato do PS à Câmara Municipal de Braga.
No entanto, esta
pseudo-sondagem, cujos "resultados" serão apresentados nesta reunião
de propaganda que acontece segunda-feira, transformada agora em estudo de
opinião, foi feita à revelia da Comissão Política e padece da necessária
transparência, base insubstituível para cimentar a unidade do partido.
Como qualquer cidadão de
Braga minimamente informado sabe, este estudo, feito nas circunstâncias em que
foi encomendado, serve essencialmente para tentar alcançar a tão procurada e
nunca conseguida entronização do actual presidente da Concelhia como candidato
do PS a presidente da Câmara Municipal de Braga. É também fácil de perceber que
este precisa de uma muleta, porque, apesar da vice-presidência da Câmara
Municipal lhe poder dar alguma notoriedade, não se tem conseguido afirmar como
“herdeiro” do actual poder.
Primeiro, porque o poder
municipal não é monárquico, é democrático, e depois porque lhe tem faltado
capacidade para fazer passar uma mensagem e uma imagem capaz de o
individualizar e de o tornar incontornável. Ao que se soma, agora, um ruído
muito significativo contra si, na imprensa, que independentemente do que vier a
ocorrer no apuramento em sede judicial afecta, inevitavelmente, a sua imagem
política. E é de política que estamos a tratar.
Não será de admirar que
este estudo de opinião sirva para tentar confundir a única sondagem divulgada
até agora, da responsabilidade do “Diário do Minho”, em que António Braga
aparece posicionado como o melhor candidato do PS e o único capaz de poder
ganhar a Câmara Municipal de Braga pelo Partido Socialista.
Reitera-se, assim, que só
um candidato com o perfil e a dimensão nacional e internacional de António
Braga pode trazer um futuro de esperança a Braga e aos Bracarenses.
Braga,
18 de Novembro de 2012