O artigo de Alberto Monteiro, publicado no Diário do Minho de 13/03/ 2012, interpelava as forças políticas de Braga sobre a eventualidade do fim da Feira do Livro de Braga, evento que o articulista considerou de grande qualidade na maioria dos anos em que se realizou e instava, ainda, os atores políticos da cidade a pronunciarem-se sobre esta eventualidade.
A Candidatura de António de Braga à Comissão Política Concelhia do Partido Socialista e à Câmara Municipal de Braga é, desde o início, muito clara quanto ao papel da Cultura e das Atividades Criativas na terceira cidade do país e que se pretende, ainda, afirmar no contexto das cidades médias europeias.
A “Feira do Livro de Braga” tem um potencial que valorizamos e não poderia levantar qualquer dúvida ao autor do artigo a posição de António Braga e dos seus apoiantes. Com efeito, na moção divulgada aos militantes socialistas e à Comunicação Social e disponibilizada na Internet, bem como noutros textos, o papel central da Cultura, do Conhecimento e da Inovação é assumido como estratégia de afirmação do Concelho e da Região, com relevância económica e um indicador da qualidade de vida da população.
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Sabemos que a fruição cultural e artística é um produto e um legado civilizacional que exige “educação do gosto, da inteligência e da sensibilidade”, sendo estratégico “elevar o nível e a criação culturais dos bracarenses”, como dizemos. E se as pessoas não vão às livrarias, aos concertos, ao cinema, aos colóquios, vamos levar a livraria, os concertos e o cinema às pessoas.
Não temos dúvidas que o modelo das feiras do livro tem de ser reinventado num tempo em que comprar pela Internet e com descontos depende de um simples “click”, para já não falar em livros e jornais em novos suportes. Mas também não temos dúvidas que a marca “Feira do Livro de Braga” tem potencialidades para se transformar na âncora de um conjunto de projetos desenvolvidos e dinamizados ao longo do ano. Se não criarmos um público exigente em termos culturais, hábitos de fruição e criação que envolvam uma parte significativa da população, não há Feira que resista.
O retorno do investimento numa atividade desta natureza não se medindo apenas pelo ter e pelo haver, mas pelos impactos positivos que provoca, tem de inserir-se num movimento mais largo de criação de oficinas do livro, de clubes de leitura, grupos de teatro, de tertúlias, de grupos musicais e muitas outras já experimentadas noutros lados, como a escolha do patrono da feira ou do país homenageado que, durante o ano, mobilizam as escolas, as associações e clubes, os grupos de amigos.
A Feira do Livro de Braga, tal como outras, está datada no tempo. Tem uma história rica, uma marca de qualidade e reinventá-la é um desafio que claramente assumimos no nosso projeto.
(*) Militante do Partido Socialista, em nome da Candidatura de António Braga.
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