terça-feira, 11 de outubro de 2011

Candidato socialista à Câmara de Braga
será escolhido pelos militantes do partido


«É dever de todos os cidadãos participar na vida pública. Da boa gestão dos negócios públicos depende, em larga escala, a satisfação dos próprios interesses individuais. Da pólis, designação da cidade em grego, nasceu o termo "política", que outra coisa não é senão administração da pólis.
A gestão cabe aos escolhidos pelo conjunto dos cidadãos eleitores. Para estes acertarem na escolha hão-de dispor de boa informação sobre os objectivos e os programas a realizar, bem como sobre as capacidades de execução por parte dos candidatos.
A democracia, visando também orientar o povo para uma sábia escolha dos dirigentes, opõe-se, dessa forma, à demagogia ou manipulação popular. Cria mecanismos de recolha de opinião, de forma a encontrar linhas dominantes de pensamento.
Todas as opiniões são importantes, mas, como "cada cabeça dá sua sentença", importa descobrir denominadores comuns. Daí a imprescindibilidade dos partidos políticos. Por isso, sem partidos políticos não há democracia. Eles são agregadores de opinião.
Os políticos são homens e mulheres de partido (confessado ou tácito). Se, por um lado, estão alinhados com os objectivos e as orientações estatutárias e partidárias, correndo o risco de visão parcial da realidade, por outro lado, dispõem da enorme vantagem de confrontarem a sua opinião com a dos correligionários.
Assim, o que parece ser falta de independência é, pelo contrário, solidez de opinião, dado esta resultar neles mais fundamentada. Não é por acaso que excelentes técnicos, de reconhecida capacidade e competência intelectual e de notável isenção moral, falham na acção política. Carecem da escola e da tarimba da vida democrática. O respeito que merecem os independentes deve ser por estes correspondido com o humilde reconhecimento da sabedoria democrática dos militantes partidários.
As eleições autárquicas são da maior importância na vida democrática. Enquanto nas eleições nacionais é difícil conhecer a personalidade dos candidatos, ao nível da freguesia e do concelho é possível inteirar-se do perfil, das capacidades, dos projectos e da dimensão humana e moral dos candidatos. No entanto, importa que o eleitor disponha de tempo suficiente para formar o seu juízo crítico.
Estamos a dois anos de distância das eleições autárquicas. Pela importância de que se reveste a eleição do presidente da Câmara de Braga, é altura de abrir o debate sobre os eventuais candidatos.
Na Partido Socialista, a decisão da escolha dos candidatos autárquicos cabe às comissões políticas concelhias, sendo, no caso de Braga, de umas seis dezenas de militantes.
Estes necessitam de tempo para decidirem quem reúne as melhores condições para o exercício dos cargos. E têm de saber perscrutar os argumentos e as opiniões dos eleitores no sentido de enformarem a sua própria opinião. Por isso, lançar desde já nomes de candidatos na praça pública, longe de interferir no poder de decisão dos membros da Comissão Política, antes contribui para lhes reforçar o poder de decisão.
Os membros da nova Comissão Política, a eleger lá para Março próximo, hão-de candidatar-se já com ideias claras sobre o perfil dos candidatos à Câmara de Braga. E a sua opinião já deverá traduzir o sentimento de muitos eleitores. Os militantes partidários têm o privilégio de conhecer mais de perto os candidatos, mas não estão isolados na sociedade.
Anunciar a tempo as candidaturas proporciona aos militantes e aos eleitores em geral condições para um eficaz exercício democrático. Os cidadãos do concelho de Braga podem e devem debater o perfil dos candidatos com os militantes partidários, a quem cabe a decisão da escolha.
O Dr. António Braga, meu antigo aluno no Liceu Sá de Miranda e meu sucessor na Assembleia da República, tem um percurso brilhante na vida política. No Parlamento tem desempenhado papel relevante, nomeadamente como vice-presidente da bancada socialista.
Exerceu, no Governo, as funções de Secretário de Estado das Comunidades, que prestigiou pela sua competência e dedicação. A sua experiência em funções nacionais reforçou-lhe a eficácia no exercício de competências ao nível local, que sempre acumulou com os cargos nacionais. A sua acção como deputado municipal, como vereador da Câmara e como presidente da Assembleia Municipal (agora a exercer em segundo mandato), patenteia um currículo objectivo que fala por si mesmo.
Aprecio imenso o crescimento humano, a custo tolerando os que, embora podendo, desistem de progredir. O Dr. António Braga, com as vantagens da sua meia idade (não padece da inexperiência da juventude nem das debilidades duma idade mais avançada), tem dado provas dum amadurecimento humano e duma  progressiva competência  técnica, que fazem prenunciar um  bom exercício na presidência da Câmara Municipal de Braga».
[Agostinho Domingues, Diário do Minho, 02.10.11]

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