quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

«ANTÓNIO BRAGA DEFENDE
MEGAPROJECTOS DE MESQUITA»

«O presidente da Assembleia Municipal de Braga e candidato à liderança da concelhia do Partido Socialista demarcou-se ontem [28 de Fevereiro] das críticas que o vice-presidente da Câmara Municipal dirigiu aos dois megaprojetos da gestão de Mesquita Machado.
António Braga assumiu o novo estádio municipal e as piscinas olímpicas como «investimentos estruturantes» para a afirmação de Braga como cidade média europeia, mas manteve uma distância prudente do negócio que envolve a antiga fábrica Confiança, que foi delineado pelo seu opositor interno Vítor Sousa e o líder da oposição ao PS, Ricardo Rio.
«O novo estádio municipal e as piscinas olímpicas do Parque Norte são investimentos estratégicos para uma cidade média que se pretende afirmar no espaço das cidades médias europeias e devem ser vistos como oportunidades únicas para o desenvolvimento do concelho», disse António Braga, que falava à margem da apresentação oficial da moção que suporta a sua candidatura à Comissão Política Concelhia e antecipa o programa de ação que defende para a governação do concelho, a partir de 2013.  
Colocando-se numa posição oposta à defendida por Vítor Sousa, que também concorre à liderança da secção do PS bracarense, Braga defendeu que em causa estão dois equipamentos que traduzem «momentos históricos de que a cidade e o concelho de Braga se devem orgulhar».
«Não podemos olhar apenas para os equipamentos numa vertente exclusivamente utilitarista», apontou o também ex-secretário de Estado das Comunidades, alegando que quer o novo estádio quer as piscinas olímpicas são produtos da «capacidade de visão do futuro de Mesquita Machado». 

Prudência na “Confiança”
Braga reconhece, no entanto, que é necessário encontrar uma solução para as piscinas, equipamento onde a Câmara já investiu mais de 8 milhões de euros, mas que está parado por falta de financiamento. 
«O facto de a crise de 2009 ter obrigado a abrandar os projetos estruturantes não quer dizer que eles devam ser abandonados, porque as piscinas fazem falta a Braga», salientou, ao mesmo tempo que se remeteu a uma posição de prudência sobre as dúvidas que o negócio que envolve o imóvel da antiga fábrica Confiança já motivou ao Tribunal de Contas.  
«Sobre esse negócio, e não conhecendo nem os termos precisos em que se desenrolou nem o que motivou as dúvidas do Tribunal de Contas, aquilo que posso dizer é que tenho total confiança nas decisões políticas da Câmara Municipal de Braga. E tendo o processo envolvido o repetido candidato da oposição à Câmara de Braga, não tenho motivos para não confiar nas decisões institucionais do Município de Braga», comentou.

Prioridade à economia
A defesa dos grandes investimentos idealizados para o Parque Norte teve enquadramento na trave mestra da moção apresentada por António Braga, que coloca a economia no centro do novo ciclo político que o candidato defende para o PS e para a gestão do concelho.
«É essencial reorientar o orçamento municipal para o crescimento sustentado da economia e para a promoção do emprego», assumiu o candidato à concelhia, deixando claro que a corrida à liderança do PS/Braga tem como horizonte a presidência da Câmara, em 2013. 
Ganhar o partido para garantir a continuidade do PS na governação do Município foi também a mensagem deixada por dois históricos socialistas. Agostinho Domingues e Sousa Fernandes assumiram-se como dois rostos de «uma grande base de apoio, que vê em António Braga o melhor candidato do PS à Câmara Municipal de Braga».

[Joaquim Martins Fernandes, Diário do Minho, 29.02.2012]

domingo, 19 de fevereiro de 2012

EMPREGO, INCLUSÃO SOCIAL E AMBIENTE:
INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA DE ANTÓNIO BRAGA

«Apesar da sua diversidade, as cidades europeias enfrentam hoje um desafio comum, que é o do desenvolvimento urbano sustentável; o crescimento económico e a criação de emprego, a par da inclusão social e da protecção e melhoria do ambiente, devem constituir objectivos deste grande desafio». É desta forma que António Braga, candidato à liderança do PS/Braga, enquadra as propostas que virão a enformar as linhas programáticas da sua próxima candidatura à Câmara Municipal de Braga.
Intervindo sexta-feira (17) à noite, na conferência “Braga e a Europa”, que lotou o auditório da AIMinho, o actual deputado e Presidente da Assembleia Municipal sublinhou que os desafios que esta cidade hoje enfrenta não diferem em muito dos que se colocam a qualquer outra urbe europeia de dimensão comparável e, como tal, deve congregar medidas tendentes a potenciar o dinamismo económico, incentivando a inovação, a produtividade e o emprego.
Tal estratégia deve promover também o acesso aos benefícios da maior produtividade e competitividade de uma forma justa, combatendo a exclusão social e melhorando a segurança, não esquecendo a requalificação dois espaços urbanos para melhor servirem as comunidades.
António Braga assume igualmente como seus os objectivos de «incentivar processos de decisão inovadores e flexíveis, que promovam uma maior participação dos vários parceiros públicos e privados e aumentem a sinergia e a cooperação entre os processos e os recursos institucionais existentes».
Antecedendo uma riquíssima “oração de sapiência” de Francisco Assis, ex-deputado europeu e que recente concorrente à liderança do Partido Socialista, o Presidente da Assembleia Municipal de Braga fez, em cumprimento do tema desta conferência, o enquadramento das políticas de cidade no contexto europeu, lembrando, por exemplo, a Carta de Leipzig, com a qual os 27 Estados-membro definiram pela primeira vez o modelo idade de cidade para a Europa do século XXI e acordaram estratégias comuns para uma política integrada de desenvolvimento urbano.
«Importa reconhecer que as cidades portuguesas ainda se confrontam com imensos desafios que precisam de vencer, numa lógica de melhoria das condições de vida dos seus cidadãos e de promoção do crescimento e do emprego», enfatizou.
A questão do emprego mereceu, aliás, particular enfoque das palavras de António Braga que reafirmou como sua a intenção de direccionar os interesses municipais para a sua promoção, seja através de parcerias em investimentos que reforcem o mercado de trabalho, seja no reforço da atractividade a exercer junto de investidores externos, que poderão obter do Município condições muito especiais que só a cidade de Braga lhes pode proporcionar.
Foi neste âmbito que relevou o papel preponderante que alguns sectores caracteristicamente locais podem e devem assumir «para ajudar a reconstruir o tecido produtivo e combater este grande problema do desemprego, particularmente daquele que afecta os mais jovens e qualificados» da nossa comunidade.
Associando o novo ciclo de políticas autárquicas ao «ainda longo caminho que temos pela frente para alcançar o conceito de cidades sustentáveis», o actual deputado e ex-secretário de Estado enfatizou questões como a da reabilitação urbana, das comunicações entre áreas urbanas («por que é que Braga não pode liderar uma rede de transportes que sirva a região em redor?»), e da coesão social e territorial.
Após ter expresso a sua satisfação pela adesão que o tema da conferência/debate motivou junto de militantes e simpatizantes socialistas de Braga, até porque se tratava de uma iniciativa integrada na campanha da sua Candidatura à liderança do PS/Braga e à Câmara Municipal, o também autarca considerou que «o Partido Socialista tem que saber definir um projecto que recrie junto dos bracarenses toda a esperança na sua gestão para o concelho».
Antes de ouvir Francisco Assis perorar magistralmente sobre os cenários onde evoluem a realidade da União Europeia, dominada pela chanceler alemã, António Braga escutou as razões da sua presença na iniciativa: «primeira razão, a amizade; segunda, porque valorizo iniciativas desta natureza; terceira, porque são iniciativas de alguém que não se limita a acções de sedução emocional, mas que estimula o debate».
Ressalvando a sua intenção de não se imiscuir no processo interno de escolha da liderança dos socialistas bracarenses, o mais recente membro do “Laboratório de Ideias” dos PS não deixou de afirmar que «António Braga seria sempre um grande Presidente da Câmara Municipal de Braga», desde logo porque «tem vontade de o ser, tem conhecimento e formação para tal, é um homem de Braga, que nunca se esqueceu da sua cidade, que, mesmo nos momentos de desempenho governamental, a teve sempre no centro das suas atenções».
Além do mais – sublinhou ainda Assis – tudo muda e o perfil dos autarcas, dos presidentes dos municípios também muda necessariamente: «nessa contingência, António Braga é uma excelente solução».
Antes de um participado debate, que manteve o auditório cheio durante duas horas e meia, o conferencista convidado fez questão de sustentar que a cidade de Braga, a terceira do país, tem que enquadra-se num projecto de desenvolvimento do país, projecto em que a região de é natural líder assuma um papel fundamental.
Admitindo não ser esta a altura para voltar a pugnar activamente pela regionalização do país, aquele que foi outrora um dos mais jovens autarcas do país na próxima Amarante lembrou que esta é a mesma região que, apesar de um conjunto de condições que levariam a que acontecesse o contrário, «tem ficado para trás, tem-se atrasado relativamente ao país».
Quanto ao futuro da Europa, de que o nosso país continua expectante, Francisco Assis expressou a sua esperança em rápidas alterações no paradigma do domínio franco-alemão, para o que concorrem as próximas eleições presidenciais em França, onde o candidato socialista é indicado nas sondagens como vencedor, e na Alemanha, onde alguns dos partidos que suportam a governação de Angela Merkel podem revelar-se insuficientes para garantir a governação liderada pelo seu partido.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O QUE TEM BRAGA A DAR À EUROPA,
O QUE TEM A EUROPA A DAR A BRAGA?

Abordar «a importância de Braga no contexto internacional, mormente na sua relação, como cidade média, com as congéneres europeias, num tempo em que a globalização impõe interacções e complementaridades fortes e sustentadas» é o objectivo da conferência/debate “Braga e a Europa”.
Promovida pela Candidatura de António Braga à liderança do PS/Braga e à Câmara Municipal, a iniciativa acontece esta sexta-feira (17 de Fevereiro), às 21h30, no auditório da Associação Industrial do Minho (Avenida Pires Gonçalves) e dirige-se particularmente a militantes e simpatizantes socialistas, embora de acesso livre a todos os concidadãos.
A par do próprio António Braga, foi convidado para esta primeira conferência o ex-eurodeputado Francisco Assis, um dos quadros melhor informados sobre os assuntos europeus e o seu particular interesse para cidades médias como Braga.
(Diário do Minho, 17.02.2012)

«O PS/BRAGA NÃO SE ESGOTA
NA SUA ACÇÃO AUTÁRQUICA»

-- sublinha António Braga, ao seu Jornal de Candidatura
  
Obedece à ideia de “Aprofundar o Desenvolvimento do Concelho, Fazer Crescer o Legado”. É um manifesto de sete princípios basilares da candidatura de António Braga. O candidato releva, nesta circunstância, a vontade de reforçar a democracia interna no PS/Braga e a criação de um fórum de "cidadania activa”, «que cative os militantes, simpatizantes e votantes do PS para a discussão dos assuntos de interesse local, nacional ou europeu». António Braga lembra ainda que a acumulação de funções executivas no Município e no partido se revelou, ao longo dos últimos anos, prejudicial para a afirmação de um partido dinâmico e interventivo. Por isso, diz que «é decisivo articular mais e melhor a acção dos eleitos com a definição de políticas internas, sem esquecer a abertura à sociedade». «Queremos um PS com representantes activos e interventivos nas assembleias municipais e nas assembleias de freguesias, que sejam permanentemente os portadores das ambições dos cidadãos  e  das  instituições  mais representativas da comunidade», enfatiza.
-- A sua “campanha”, se assim se pode falar, começou pela apresentação de um manifesto com sete princípios, que são por si considerados basilares ou fundamentais. De que fala?
-- O “Manifesto ao PS Concelhio” é uma proposta que enquadra os princípios-base do nosso projecto, projecto que se consubstancia na candidatura à Comissão Política da Secção e consequente candidatura à presidência da Câmara Municipal de Braga. Sob o título “Aprofundar o desenvolvimento do concelho, Fazer crescer o legado”, é um documento que resulta do nosso pensamento político e dos contributos de todos os militantes e simpatizantes que se predispuseram a colaborar. Aí se começa por lembrar o contexto em que vão ocorrer as próximas eleições no concelho de Braga, um contexto singular na história do poder democrático pós-'25 de Abril'. Pela primeira vez, em mais de 30 anos, o PS está impossibilitado de recandidatar à presidência do Município um candidato que sempre se apresentou vencedor e que teve um papel determinante no crescimento e na modernização do concelho, o que lhe permitiu catapultar a sua sede para uma das três mais importantes metrópoles do país. Retenho uma afirmação muito concreta que aí é feita: «é crucial que o PS seja capaz de transformar em oportunidades o que se apresenta à partida como um conjunto de dificuldades, para se reforçar e afirmar como o partido que combate por uma sociedade mais solidária, mais fraterna, mais igualitária, coesa e justa, que faz da pluralidade  das  ideias  e  das  opiniões  a  sua  marca característica,  não    do  seu  funcionamento  e  da  sua  acção  como  partido,  como  também  do  projecto  que  propõe  para  a  organização  política  e  social do concelho e do país».
-- Certo, esse é o enquadramento. Mas que princípios são esses que propõe como referência?
-- Concretamente, os dois primeiros remetem particularmente para a vida interna do partido. Para o funcionamento da Secção de Braga. Propomos desde logo o reforço da democracia interna do partido como condição necessária para uma maior e melhor comunicação da sua mensagem, tornando-o um espaço de intervenção e participação de todos os militantes e simpatizantes. Acreditamos que só com o envolvimento activo e cívico destes será possível construir um partido forte, grande e renovado! Tal como aí se diz, o Partido Socialista constitui um campo indispensável de participação e de definição de políticas para o concelho, para o país e para a Europa. Para tal, tem de se assumir como um centro nevrálgico de discussão e maturação de novas ideias e soluções para os desafios que se colocam em cada momento à sociedade. Outra afirmação que considero particularmente relevante é a de que o partido não se esgota na sua acção autárquica, tem uma dimensão mais abrangente, regional, nacional e europeia, que exige de todos participação e discussão contínua. Defendemos, então, para uma maior integração e participação dos militantes e simpatizantes, a criação de centros de intervenção temáticos permanentes, que se constituam como um "think tank" mobilizador, sem esquecer o papel importante que as novas tecnologias podem trazer. Pugnaremos pela criação de um verdadeiro fórum de "cidadania activa”, que cative os militantes, simpatizantes e votantes do PS na discussão dos assuntos de interesse local, nacional ou europeu.
-- Disse que os dois primeiros estavam voltados para o partido. Já aqui deixou uma série de ideias… E o segundo, o que propõe?
-- O segundo princípio tem por base a afirmação do partido como instituição autónoma em relação aos órgãos públicos. Neste domínio, há que proceder a uma reflexão sobre a forma de articulação entre as instituições. Se cabe ao partido o envolvimento dos seus quase quatro milhares de militantes, ao Município compete-lhe corresponder aos anseios dos seus cerca de 200 mil cidadãos. A experiência adquirida na gestão do Município de Braga ao longo das últimas três décadas revelou que a gestão municipal é um trabalho absorvente e muito exigente em dedicação pessoal e em tempo. Por isso, a acumulação de funções executivas no Município e no partido revelou-se, ao longo dos últimos anos, prejudicial para a afirmação de um partido dinâmico e interventivo. Um partido da esquerda democrática, de bases, deve estar aberto e receptivo a contribuições e ao envolvimento que ultrapasse o restrito grupo de actores políticos em cargos. O partido deve ter um papel determinante na acção autárquica, na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e nas freguesias. É decisivo articular mais e melhor a acção dos seus eleitos com a definição de políticas internas, sem esquecer a abertura à sociedade. Queremos um PS com representantes  activos  e  interventivos  nas  assembleias municipais e nas assembleias de freguesias, que sejam  permanentemente  os  portadores  das  ambições  dos  cidadãos  e  das  instituições  mais representativas da comunidade.
-- Sei que fala nesse manifesto de uma aposta no capital humano do concelho… Em que termos o faz?
− Precisamente no nosso terceiro princípio, que remete para um aprofundamento da relação dos munícipes com a qualificação, associada a um poder local democrático, moderno e capaz. Queremos uma cidade de mulheres e de homens que usufruam mais do território em solidariedade social. Preconizamos, por isso, ouvir, com regularidade, os cidadãos e as suas ideias para a cidade/concelho no quadro de uma gestão municipal responsável. Renovaremos, conforme disse, a aposta no capital humano do concelho, dos mais aos menos jovens, integrando todos no esforço de construção de uma nova Cidade. Queremos construir uma cidade verdadeiramente educadora nas suas multidimensões, que, mediante o conhecimento, interligue segurança, saúde,  educação,  cultura,  emprego,  urbanismo,  desporto, ambiente,  turismo  e  lazer.
-- As questões que remetem para a atracção de investimentos ganham particular acutilância nos dias que correm e nos que vêm aí. Pressuponho que essa é uma das áreas que vos mereceu reflexão?
− De outra forma não poderia deixar de ser. Reconhecemos a importância de Braga se confirmar como lugar de uma nova centralidade, assente no dinamismo das suas gentes e instituições e na interligação entre o conhecimento, a cultura e o empreendorismo. O Município tem de saber unir e articular as forças mais criativas da região, sem descurar o apoio aos sectores tradicionais do comércio, indústria e turismo. A marca “Braga” tem de se afirmar pela diferenciação cultural e pela aposta no conhecimento. Um concelho reconhecido pela sua riqueza em capital humano é capaz de fixar sectores económicos geradores de emprego qualificado, assente em tecnologias de ponta e em indústrias limpas. Mas um concelho que aproveita melhor os seus recursos no comércio, na indústria, no turismo e na agricultura sustentável estará, com certeza, melhor preparado para responder com eficácia aos desafios da competitividade e do crescimento económico na sociedade global dos dias de hoje.
-- “Braga, Capital Europeia da Juventude” implica, desde logo, uma atenção muito particular a esta população. Tem ideias sobre esta área de intervenção municipal?
− Somos os primeiros a enfatizar o papel inovador dos jovens na construção da marca “Braga”… A complexidade da crise económica e social que atravessa a Europa só pode ser ultrapassada com a participação activa e criadora de todos, sendo contudo decisiva a participação dos mais jovens, dada a sua reconhecida qualificação, energia  e  possibilidades  de  ruptura  face  ao  que  está  estabelecido.  A  aposta  nos  jovens  é  a  aposta  no futuro, numa nova mentalidade e numa maior energia, a partir das quais se poderão abrir novos caminhos de desenvolvimento. Sublinhamos o papel da juventude, reconhecendo que é desejável a autonomia de uma política centrada nos seus problemas, ambições e necessidades. Consideramos fundamental interligar o sistema educativo com políticas de mobilização para o emprego e para o empreendorismo jovem.
-- Foi Vereador da Cultura na Câmara Municipal de Braga. Estamos perante um das áreas que lhe são mais queridas. Que ideias já desenvolveu neste âmbito?
− Elegemos, de facto, a Cultura como linha de acção estratégica, enquanto “cluster” de dinamização da comunidade e de empreendedorismo. Consideramos que o desenvolvimento sem cultura é apenas crescimento. Daí que uma política de desenvolvimento deva ser também uma política cultural, com agenda e meios próprios. A nova Cidade ou é Cultura ou não é Cidade. Há, por consequência,  que  aprofundar  a  articulação  de  empreendorismo  e Cultura com a Economia, gerando novas formas de serviços que  potencializem as novas qualificações abertas pela sociedade do conhecimento.
-- Falta, se não me engano, um outro princípio. É isso, não é?
− Sim. Abordamos ainda a questão da coesão social, sem o qual não pode haver desenvolvimento sustentável. A tradição humanista e de esquerda democrática do PS exige a participação de todos os cidadãos na vida da Cidade, a qual só é possível se houver preocupação social relativamente aos mais desfavorecidos. A coesão social assume nos dias de hoje uma importância incontornável, dados os efeitos perniciosos da crise na vida de muitos e muitos cidadãos. Querer uma sociedade desenvolvida é defender uma sociedade mais solidária, mais fraterna e mais igualitária. Continuaremos, neste contexto, em conjunto com as instituições de solidariedade social, a aprofundar e inovar formas de participação que dêem resposta aos problemas sociais que atravessam a sociedade e para os quais há que encontrar, com urgência, respostas integradoras.

ANTÓNIO BRAGA E FRANCISCO ASSIS
CONTEXTUALIZAM BRAGA NA EUROPA

-- conferência/debate, esta sexta-feira (18), no auditório da AIMInho

Abordar «a importância de Braga no contexto internacional, mormente na sua relação, como cidade média, com as congéneres europeias, num tempo em que a globalização impõe interacções e complementaridades fortes e sustentadas» é o objectivo da conferência/debate “Braga e a Europa”.
Promovida pela Candidatura de António Braga à liderança do PS/Braga e à Câmara Municipal, a iniciativa acontece esta sexta-feira (17 de Fevereiro), às 21h30, no auditório da Associação Industrial do Minho (Avenida Pires Gonçalves) e dirige-se particularmente a militantes e simpatizantes socialistas, embora de acesso livre a todos os concidadãos.

A par do próprio António Braga, foi convidado para esta primeira conferência o ex-eurodeputado Francisco Assis, um dos quadros melhor informados sobre os assuntos europeus e o seu particular interesse para cidades médias como Braga.

Como se pode atrair investimento para Braga e internacionalizar mais empresas? Como pode Braga articular-se com outras cidades congéneres na procura de maior e melhor desenvolvimento? São temas que a Candidatura de António Braga quer abordar nesta circunstância.

Refira-se que a diplomacia económica é um dos temas gratos ao candidato à liderança do PS/Braga e à presidência da Câmara Municipal de Braga, que pretende relevar a sua experiência política e de governação, concretamente na pasta das Comunidades Portuguesas, para o acesso a potenciais investidores na cidade de Braga e na região.

Conforme tem enfatizado várias vezes junto dos militantes, embora o trabalho político o tenha obrigado a afastar-se pontualmente de Braga, «esse desempenho proporcionou ao Presidente da Assembleia Municipal de Braga contactos com múltiplas experiências mundo fora, bem como o contacto com muitos desses protagonistas, muitos deles de origem portuguesa».

Esta pretende ser a primeira de várias conferências/debate que vão procurar pôr os militantes socialistas, mas a sociedade em geral, a falar sobre o enquadramento de Braga na realidade europeia, primeiro; no contexto nacional, depois; e na relação com a envolvente regional, por último. «Com os cenários melhor definidos é sempre mais fácil estabelecer a forma de neles actuar, sempre com os interesses de Braga na dianteira», diz.

Quanto ao convidado Francisco Assis, ele é dirigente nacional do PS, foi candidato a secretário-geral nas últimas eleições internas, tendo então participado em debates abertos e públicos com o candidato vencedor e actual líder, António José Seguro. Aliás, Assis foi recentemente convidado pelo líder socialista para a direcção do “Laboratório de Ideias”, cargo que aceitou. No essencial da estratégia socialista, Assis tem estado a apoiar a actual direcção, como revelou notório na defesa da abstenção do PS no último Orçamento de Estado.

Tendo sido o mais jovem presidente de uma Câmara Municipal do país (Amarante), foi também vereador da Câmara Municipal do Porto. Líder da bancada do PS em três legislaturas diferentes, foi também deputado ao Parlamento Europeu, onde esteve ligado à área do comércio internacional.

É com esta experiência que Francisco Assis vem falar aos militantes do PS/Braga, propondo-se debruçar a sua intervenção numa questão particularmente abrangente: «como é que uma cidade jovem e dinâmica, dotada de infraestruturas fundamentais e de centros de conhecimento e investigação, pode ajudar a Europa e por esta ser ajudada a reinventar-se constantemente como urbe que fixa a sua população, de modo especial os jovens quadros, criando emprego».

«TEMOS UM LEGADO VALIOSO,
NÃO O PODEMOS DESPERDIÇAR»

-- afirma António Braga, ao Jornal da Candidatura "BragaBraga2013"

«Temos um legado muito importante, valioso demais, para ser entregue de mão-beijada à Oposição na Câmara Municipal. A nossa primeira obrigação é continuar a ganhar a presidência do Executivo Municipal. Só assim poderemos honrar o trabalho que herdamos do Eng. Mesquita Machado e dos nossos camaradas que com ele se dedicaram a esta causa». É assim que António Braga, agora candidato à liderança do PS/Braga, apresenta a sua proposta. E assume claramente que é candidato à Comissão Política Concelhia do PS para ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga. Ahhh, lembra que a Oposição de direita já escolheu o seu concorrente. «Por acaso ou por falta de melhor, o mesmo que está em campanha há 10 anos», lembra.
-- Comecemos por tornar claro uma questão fundamental: afinal, a que está António Braga a candidatar-se? À liderança do PS/Braga ou à Presidência da Câmara Municipal de Braga?
-- Concordo quando diz que esta é, de facto, uma questão fundamental. Tão fundamental que enquadra todo o projecto que lideramos. Neste exacto momento, sou candidato à presidência da Comissão Política Concelhia de Braga do Partido Socialista. Proponho-me obter o apoio do máximo número de militantes para liderar a maior ou uma das maiores secções concelhias do PS. Eu e as pessoas que têm colaborado neste movimento que me apoia temos propostas concretas para corrigir erros do passado, mas, acima de tudo, para melhorar a forma de funcionamento do PS/Braga. Já tornei públicas algumas das ideias que pretendemos desenvolver no PS/Braga para o manter activo na sociedade. Só assim ele faz sentido…  Mas, como dizia, a nossa candidatura à liderança da Concelhia tem um grande objectivo, logo na sua origem. Muito claramente: sou candidato à liderança do PS/Braga para ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga.
-- Digamos que a sua candidatura à Concelhia do PS é uma forma de preparar a sua candidatura à Câmara Municipal de Braga?
-- É como diz. Digamos que é como um instrumento para assumirmos uma candidatura vencedora à presidência da Câmara Municipal de Braga. Como sabe, de acordo com os estatutos do partido e da forma como sempre tem sido feito, cabe à estrutura concelhia a indicação do nome para liderar a candidatura às eleições autárquicas. Ora, se o primeiro objectivo de uma secção concelhia é, em diálogo e em respeito pela vontade dos seus militantes, preparar o partido para governar o Município, o que nós pretendemos é cumprir isso mesmo. Temos um legado muito importante, valioso demais, para ser entregue de mão-beijada à nossa Oposição na Câmara Municipal. A nossa primeira obrigação é continuar a ganhar a presidência do Executivo Municipal. Só assim poderemos honrar o trabalho que herdamos do Eng. Mesquita Machado e dos nossos camaradas que com ele se dedicaram a esta causa. Braga, a terceira cidade do país, impõe-nos a obrigação de nos apresentarmos às próximas autárquicas com uma proposta vencedora, com um candidato a presidente da Câmara Municipal devidamente habilitado ao exercício de tal cargo…
-- Ouve-se, contudo, de alguns militantes com responsabilidades nesta causa que seria preferível uma coisa de cada vez…
-- Eu não penso assim, o movimento que me apoia não pensa assim, e os militantes com quem temos trabalho e com quem contactamos não pensam assim. É isso que fazem questão de no-lo dizer. O que oiço de todos, independentemente de defenderem uma reorganização do funcionamento do partido, é que em causa está, agora, a escolha do nosso candidato a Presidente da Câmara Municipal de Braga. O que nos dizem e nós próprios partimos desse ponto é de as Autárquicas de 2013 estão aí à porta… Repare, a nossa Oposição já aprovou o nome do seu candidato… Por acaso ou por falta de melhor, o mesmo que está em campanha há 10 anos. Está em campanha há 10 e já intensificou a sua visibilidade desde que tornámos pública a nossa disponibilidade para liderar a lista socialista à Câmara Municipal!!! Além disso, deixe-me dizer-lhe o seguinte: este é um momento histórico para o PS/Braga. Nunca antes os socialistas bracarenses tiveram que se preocupar sobremaneira com esta questão… Tínhamos um candidato natural… vencedor… o Eng. Mesquita Machado. Agora, não temos, desde logo porque a lei o impede. O que significa que o trabalho para apresentar um novo candidato ao eleitorado e o tempo que este vai ter para lhe dar a conhecer as suas propostas para a cidade é muito diferente. Obriga a um esforço maior e, necessariamente, exige mais tempo. Para chegar às pessoas a tempo de lhes fazer ver as diferenças entre o projecto repetido da Oposição e as novas ideias que pretendemos juntar ao legado do passado. A primeira iniciativa pública de incitamento à minha candidatura – recordo-lhe – manifestava a consciência dos signatários de que era então necessário iniciar-se uma nova fase… Um nova fase que, valorizando o património que herdamos e de que nos orgulhamos, implica uma escolha de políticas e de liderança que respondam aos novos desafios com que estamos confrontados. Aliás, lembro-me, os signatários daquela carta pública sublinhavam que altura de definir uma proposta de liderança que mobilizasse as várias energias e potencialidades, não só dentro do partido, como na Cidade e Concelho onde estão os nossos votantes.
-- Fala em signatários… Está em contacto há já algum tempo com os militantes… O que pressente? Que aderem às suas propostas? Pelo “feedback” que lhe chega, os militantes socialistas de Braga vêem em António Braga o seu candidato à Câmara Municipal?
-- Como resulta óbvio, teria que lhe dizer, mesmo que faltasse à verdade, o que não faria, que tudo o que coloca como questão tem uma resposta afirmativa. Mas não é isso que lhe quero sublinhar. De facto, surpreendo-me todos os dias com as observações mais inusitadas sobre este processo. A candidatura que lidero tem um grupo de trabalho. Tem um movimento de apoio muito honrado do trabalho que desenvolve... Temos apoiantes que conhecem o PS/Braga como ninguém, que são uma referência afectiva e de trabalho para todos os socialistas, mormente para os bracarenses. Eu lembro-lhe que tudo isto começou com o apelo público de quatro ilustres representantes do que de melhor o nosso partido tem. Falo-lhes do Padre Sousa Fernandes, professor jubilado da Universidade do Minho, a quem sucedi na presidência da Assembleia Municipal de Braga; do Dr. Agostinho Domingues, o primeiro “representante” da Secção de Braga no Parlamento, ilustre académico, pensador e modelo de democrata; e a Dr.ª Catarina Ribeiro, igualmente um bom exemplo de militância jovem. Pois bem, a partir da missiva que estes amigos, mas dedicados e preocupados socialistas, remeteram aos militantes, comecei a ser instado a assumir a candidatura. Particularmente a candidatura à Câmara Municipal. As palavras amigas começaram a surgir de onde menos as esperava, de quem, conhecendo-me bem, até pensava que eu não iria estar disponível para esta difícil tarefa. Chegou a altura então de lhes dizer que, tal como devo ao Partido Socialista a minha carreira política e a possibilidade de ser feliz por fazer o que gosto em prol da minha terra e do meu país, eu não iria evitar esta prova de esforço e iria disponibilizar-me para, se os militantes chamados a votar, assim o entenderem, ser o candidato do PS à Presidência da Câmara Municipal. Eu sei que sabe que o movimento que lidero não tem ao seu alcance os meios que outras candidaturas já no terreno têm… Designadamente, para chegar tão facilmente à fala com os militantes e simpatizantes. Mas, nós partimos do princípio de que os militantes do PS/Braga são, no mínimo, tão inteligentes quanto nós. E que não será a palmadinha nas costas ou um cumprimento mais ou menos apertado a convencê-los do destino do seu voto. Eu quero o voto dos meus camaradas socialistas para ganhar a Comissão Política Concelhia. E o que lhes garanto em troca, já o tornámos público, é um conjunto de princípios que hão-de nortear a nova vida do partido em Braga. A nova vida do partido e um conjunto de propostas enformadoras de uma gestão moderna da Câmara Municipal, uma gestão que respeite o legado do Eng. Mesquita Machado, mas que evolua para a satisfação de preocupações que, consumadas as infraestruturas básicas e fundamentais, se apresentam de particular importância.
-- Antes de evoluirmos para outros temas, diga-me, sem falsas modéstias, que mais-valias caracterizam António Braga neste contexto…
-- Compreende que isso é sempre o menos agradável que nos podem propor. Mas tenho uma forma bem fácil de evitar pôr-me aqui e agora a falar exclusivamente de mim. O documento está aqui na minha frente. Foi escrito pelas distintas figuras do partido de que já lhe falei e enviado aos militantes. Servia para justificar a escolha dos signatários e sustentar o desafio que me faziam. Dizia assim: «1) o Dr. António Braga conhece de perto os problemas da autarquia bracarense. Teve uma participação de mais de um quarto de século na Assembleia Municipal e exerceu vários mandatos no executivo camarário; 2) desempenha agora, em segundo mandato, o cargo de Presidente da Assembleia Municipal, o que lhe permite um conhecimento alargado dos problemas concelhios e uma experiência da relação de forças interpartidárias; 3) como deputado à Assembleia da República, prestigia o Parlamento, nomeadamente como vice-presidente da direcção do Grupo Parlamentar socialista; 4) exerceu com brilho e prestígio o cargo de Secretário de Estado das Comunidades». Acho que não devo dizer mais nada.
(Entrevista ao Jornal da Candidatura BragaBraga2013, em distribuição)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

UM CENTRO DE CONGRESSOS
NA QUINTA DOS PEÕES?!!!

Por Armando Leite (*)


O recente anúncio de instalação de um Centro de Congressos na Quinta dos Peões, em Braga, feito por um membro do Executivo Municipal, é assunto que merece uma cuidada ponderação face ao existente “Parque de Exposições de Braga”.
Esta infra-estrutura apresenta-se com uma potencialidade de valências – feiras, exposições, congressos e outros eventos (desportivos, recreativos e culturais) – que, ao coexistirem, representam um ponto forte da polivalência das suas instalações, constituídas por um núcleo com dois “corpos” principais, que se complementam: o Palácio de Exposições e Desportos (vulgo, Grande Nave) e o Auditório Municipal (designação pouco própria) para o Centro de Congressos.
Assim, conviria equacionar esta proposta de opção do “Centro de Congressos da Quinta dos Peões” numa óptica dos benefícios daí resultantes para a cidade, em alternativa aos que já são oferecidos pelo “Parque de Exposições de Braga”.
Temos sérias dúvidas que aquela proposta possa resistir com vantagens inquestionáveis a uma análise “custo-benefício” e de custo de oportunidade.
Os constrangimentos financeiros que afectam a autarquia (confirmados pelo anunciado abandono do projecto das piscinas olímpicas) e que limitam os recursos disponíveis para novos investimentos e a duplicação de infra-estruturas com a mesma finalidade, representam um desperdício e um retorno associado que não valorizaria a cidade, bem pelo contrário.
Implicaria votar ao abandono completo as instalações do “Parque de Exposições de Braga” e marginalizar uma zona da cidade que urge valorizar do ponto de vista da animação e da atracção de pessoas, numa dupla perspectiva de lazer e de turismo de negócios, com a realização de eventos desportivos, recreativos e culturais e a organização de feiras e congressos.
E desta perspectiva, o Parque de São João da Ponte e respectiva envolvente tem excelentes condições para cumprir com aquelas funcionalidades, revelando-se de um valor superior ao oferecido pela Quinta dos Peões.
Acresce às questões anteriormente colocadas a questão de saber se há necessidade de um “upgrade” na área dos congressos face ao actual posicionamento de Braga nesse segmento e se essa necessidade passa pela construção de raiz de uma nova infra-estrutura.
A nossa resposta, antecipada, criteriosa e ponderada é “não” e a opção “Parque de Exposições de Braga” continua actual e pertinente.
Por menos (investimento financeiro), e considerando estratégica a revitalização, requalificação e dinamização da centralidade de São João da Ponte e a criação do eixo Arcada/São João da Ponte, importa investir na melhoria de condições infra-estruturais do “Parque de Exposições de Braga”.
O “Parque de Exposições de Braga”, na sua tripla função de Centro de Exposições, Centro de Congressos e Centro de Eventos Desportivos, Recreativos e Culturais, permitirá criar uma centralidade efectiva com uma vida própria e dinâmica numa zona da cidade – Parque de São João da Ponte – carecida de animação e que de alguma forma foi perdida com a deslocalização do Estádio Municipal.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PS/BRAGA: DA BICEFALIA...
...A UMA «CANDIDATURA MACROCÉFALA»!!!

Por António Sousa Fernandes
Na disputa às eleições internas do Partido Socialista bracarense, António Braga, que espero venha a ser confirmado como seu líder, foi o primeiro a manifestar disponibilidade para ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga e, como tal, a anunciar sua candidatura à Comissão Política Concelhia do PS.
Em entrevista a RUM/Diário do Minho agora publicada por este último órgão, o titular da outra Candidatura surge a manifestar-se também putativo candidato à Câmara Municipal.
E ao ouvir tal anúncio só podemos lembrar o que nos ficou bem marcado na retina aquando da apresentação desta candidatura, provavelmente por acharmos que se tratava de algo “contra natura”: a imagem do Arq.º Hugo Pires abraçado pelo seu cabeça-de-lista…
Ora, porque Hugo Pires sempre se fez divulgar como um potencial candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga, enquanto não se pronunciar publicamente sobre o assunto, teremos que continuar a pensar que, afinal, a segunda lista a ser anunciada na corrida à Concelhia ainda não sabe quem será o seu candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga.
O anúncio agora feito por Vítor Sousa apresenta-se, entretanto, acompanhado por curiosas condições, algumas pouco democráticas...
Neste jogo do “se” e “só se”, Sousa exige uma «vitória expressiva» na Comissão Política Concelhia, assumindo que, se tiver uma vitória curta, se propõe fazer uma eleição directa da liderança a partir de todos os militantes.
Tal facto, se viesse a acontecer, transformar-se-ia num plebiscito à sua pessoa, até porque sublinha logo de seguida que, nesse caso, António Braga seria carta fora do baralho e o outro potencial candidato, o Arq.º Hugo Pires, segundo líder da sua lista, não tem ainda condições para se candidatar, porque tem ainda que adquirir um conjunto de conhecimentos e experiências, tal como o próprio fez ao longo da sua vida autárquica (!).
Vítor Sousa avisa que foi ao encontro do Arq.º Hugo Pires para o convencer a integrar a sua lista, o que fez em nome de um conjunto de situações delicadas que foram assumidas no interior do Executivo camarário. Ahhhh, lembra Sousa que o que esteve então em cima da mesa foi um anterior acordo do Arq.º Hugo Pires com a Candidatura que hoje é liderada por António Braga.
Na nossa opinião, esta atitude do Sr. Vítor Sousa para com o Arq.º Hugo Pires não parece nada curial, tange mesmo a arrogância. É sabido que o jovem vereador lidera pelouros importantes há cerca de dois anos e está fortemente implicado na organização da Capital Europeia da Juventude, a que acresce o facto de, ao longo dos últimos anos, ter sempre demonstrado capacidade de aprendizagem e, inclusive, apresentado respostas positivas aos desafios que lhe colocaram.
É também curioso constatar o estilo de comunicação do actual secretário-coordenador do PS/Braga, quer na entrevista agora publicada, quer em outras declarações recentes, como seja o caso do anunciado futuro das piscinas olímpicas do Parque Norte e do hipotético Centro de Congressos da Quinta dos Peões… Tudo isto sem Mesquita Machado se pronunciar publicamente, como é seu timbre, aliás.
Convém lembrar que, quer as piscinas olímpicas do Parque Norte, quer o já existente centro de exposições e congressos de Braga (PEB), localizado nas imediações do Parque da Ponte e do Monte Picoto, espaços agora algo de renovação e reabilitação urbanística, foram obras pensadas e lançadas pelo Presidente da Câmara de Braga numa decisão de grande visão sobre o futuro da cidade.
É sabido que o PEB precisa hoje de algumas intervenções. No entanto, atendendo à crise que vivemos, não será rigoroso deitar fora um equipamento daquela dimensão, que, olhando a altura em que foi pensado e construído, representa ainda hoje um arrojo de coragem e capacidade de decisão de Mesquita Machado.
O actual secretário da secção do PS/Braga assenta a sua candidatura a presidente da Comissão Política Concelhia no discurso de que a sua atitude é voltada para dentro do partido, acusando António Braga de corporizar uma candidatura demasiado virada para a sociedade bracarense.
Esta posição de Vítor Sousa está hoje ultrapassada em Portugal, como já foi abandonada há muito nos países verdadeiramente democráticos, entrando em contradição com o facto de se afirmar como um projecto que deseja abrir o partido à sociedade.
Como é fácil verificar, o propósito deste candidato é abrir o partido (como se algum dia o chegasse a fazer!!!) apenas depois de estar escolhido o candidato à Câmara Municipal.
Ora, a sociedade em geral tem hoje o direito de saber como essas decisões são tomadas internamente pelos partidos. Ainda bem recentemente foi possível assistir a esta abertura, nesse mesmo partido, quando os candidatos Francisco Assis e António José Seguro, à semelhança dos seus antecessores, debateram publicamente nas televisões e noutros espaços os seus projectos para a liderança do partido. Só com esta abertura é que os candidatos se prestigiam e os partidos se credibilizam.
Ao contrário do que diz Sousa, a interacção dos partidos com a sociedade não pode ser uma mera proclamação. Tem de ser uma constante para reforço da cidadania e rejuvenescimento da democracia.

VAMOS DEBATER COM OS MILITANTES...
VAMOS MOSTRAR OS QUE NOS DISTINGUE!

«Foi com a vontade de envolver todos os militantes e simpatizantes do PS/Braga neste processo eleitoral, até para que a proposta que dele resulte vencedora seja efectivamente reflexo de uma escolha pensada e ilustrada, que tomámos a iniciativa de propor a co-organização dos debates que viessem a ser necessários. Embora a vossa candidatura não se tenha sequer dignado remeter-nos até este momento uma resposta, a bem do interesse particular dos militantes socialistas de Braga assumimos por boa a mensagem que nos foi transmitida pela comunicação social: a da vossa disponibilidade para participar em debates, embora apenas para militantes e sem comunicação social». Se não querem que seja conforme gostaríamos que fosse -- falar abertamente a todos os militantes, simpatizantes e público interessado -- vamos, ao menos, explicar aos militantes o que nos distingue neste processo eleitoral.

(Diário do Minho, 03.02.12)