domingo, 29 de abril de 2012

ANTÓNIO BRAGA REÚNE COM JS/BRAGA


António Braga, candidato à presidência da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Braga, reúne-se esta segunda-feira (30 de Abril, 21h30, na sede da Secção, à Avenida João XXI, com os militantes da Juventude Socialista.
No âmbito da sua campanha para as eleições de 2 de Junho, o Presidente da Assembleia Municipal vai expor aos jovens socialistas – onde tem uma significativa base de apoio – as principais propostas da sua candidatura, mormente no que implicam mais directamente com os mais novos.
Conforme tem insistido, a promoção do emprego, particularmente para os mais jovens, aqueles que dão corpo à geração mais qualificada que Portugal viu nascer, é uma das preocupações subjacentes a várias das suas propostas para a gestão do Município de Braga.
«A complexidade da crise económica e social que nos afecta e que atravessa a Europa só pode ser ultrapassada com a participação activa e criadora de todos, sendo, contudo, decisiva a participação dos mais novos, dada a sua reconhecida qualificação, energia e abertura aos desafios», tem dito, citando a sua moção “Aprofundar o desenvolvimento, fazer crescer o legado”.
Na conversa que pretende manter com os jovens socialistas, António Braga vai tentar perceber a sua receptividade a algumas das ideias fortes da sua moção, até porque – diz – é sua vontade «estimular os mais novos à participação cívica, democrática, nos organismos institucionais ou associativos».
«Longe de qualquer visão tutelar, pretendemos que neste novo ciclo de políticas autárquicas se consolidem as condições e os recursos para que haja maior envolvimento e partilha de responsabilidade de construir as modalidades de intervenção e resolução dos assuntos que inquietam a juventude, para que sintam as suas opiniões escutadas e, essencialmente, respeitadas», diz.

sábado, 28 de abril de 2012

MOÇÃO DE ESTRATÉGIA
OU UM "PLANO DE ACTIVIDADES"?!!!


Por Armando Leite (*)


A apresentação da moção da candidatura de Vítor Sousa e Hugo Pires à presidência do PS/Braga ocorre numa data simbólica e mítica para todos nós, o 25 de Abril. Mas ao contrário dessa data, falta-lhe sonho e utopia.

A moção em referência nada traz de novo ao debate político concelhio da família socialista e muito menos aponta qualquer estratégia sustentada por uma visão de futuro, que aponte as grandes linhas da política concelhia nas áreas fundamentais de actuação do município.

Seria um importante contributo que um documento desta natureza se debruçasse sobre as grandes áreas de actuação política futura e explicitasse claramente o que a candidatura que a suporta pensa da realidade política actual do concelho de Braga, o que se propõe fazer com o legado político e autárquico do Presidente Mesquita Machado, e finalmente, qual a sua visão sobre as principais áreas de intervenção municipal.

É que é muito importante que uma candidatura à Comissão Política Concelhia do PS se apresente com uma moção de conteúdo marcadamente político, e não com um documento que mais se assemelha a um plano de actividades municipal, de fraco cunho político-ideológico.

Independentemente da designação, que nos parece inadequada, a moção “Honrar o Presente, Preparar o Futuro” é um documento que na sua substância não resiste a um tique modernista e desviante de influência tecnocrática, como se a ausência de política e o alinhavar de alíneas e mais alíneas de promessas de realizações pudesse caucionar uma diferenciação política programática e consistentemente ideológica que identificasse a matriz socialista da mesma.

Lemos e relemos o texto e a sensação que nos fica, infelizmente, é que o mesmo poderia ter outra capa, poderia perfeitamente ter outra origem ou proveniência. Porque àquele documento, uma vez mais o repetimos, falta a marca política socialista distintiva, ou seja, ninguém o pode aceitar como um verdadeiro documento de orientação política estratégica.

Aliás, esta “moção” explicita as contradições entre o que agora se propõe e o que é a prática do seu candidato liderante, concretamente enquanto secretário-coordenador da concelhia do PS/Braga.

A Secção do PS/Braga tem estado nos últimos tempos enquistada, fechada em si própria, com total ausência de debate interno. Ora, tal comportamento de liderança em nada abona a favor das promessas que a “moção” agora apresenta para o futuro, caso venha a vencer as eleições para a concelhia bracarense.

Acresce o facto de contradizer expressamente toda o discurso até agora feito pelos líderes da candidatura em causa, concretamente a ideia de que, nas eleições de 2 de Junho apenas está em causa a escolha do líder da estrutura partidária socialista, nunca o seu candidato à Câmara Municipal.

Então, se de facto pensassem assim – e não fosse esse um truque escondido para enganar os militantes, fazendo-lhes crer que a escolha do candidato à Câmara Municipal será feita depois --, porque é que se limitaram a enunciar um conjunto de promessas para a actuação do Município, bem igual a um mero de actividades municipal?!!!

Quanto à abertura do partido à sociedade, ela é uma exigência de ética política a que apenas a candidatura do Dr. António Braga tem vindo a pôr em prática no âmbito deste processo eleitoral e que será uma vulgar realidade do quotidiano local se resultar vencedora a sua propositura.

Por isso é que a moção “Aprofundar o desenvolvimento, fazer crescer o legado”, já apresentada e amplamente distribuída; as sessões de debate abertas a militantes, simpatizantes e cidadãos em geral, com figuras políticas de referência do Partido Socialista; o contacto individual com os militantes; são processos distintivos muito importantes entre as duas candidaturas.

Por tudo o que atrás se escreveu, resulta claro para os cidadãos em geral e para os militantes e simpatizantes em particular, não é indiferente para o Partido Socialista de Braga e para os bracarenses a vitória de uma qualquer das candidaturas que agora se perfilam. A Candidatura de António Braga”, ao contrário da candidatura de Vítor Sousa e Hugo Pires, é uma candidatura aberta e inclusiva, de matriz verdadeiramente socialista, que não se furta ao diálogo e ao contraditório.

Aliás, por alguma razão é que ainda aguarda resposta ao desafio que lançou à candidatura de Vítor Sousa/Hugo Pires para a realização de debates e que até ao momento não recebeu qualquer resposta. Isto chegará, por elucidativo.

(*) Texto de opinião publicado no "Diário do Minho" de 28 de Abril.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ANTÓNIO BRAGA QUER MUNICÍPIO
A PROMOVER CRIAÇÃO DE EMPREGO



António Braga, candidato à presidência da Comissão Política Concelhia do PS/Braga, insiste na criação de emprego como a uma das suas primeiras propostas para a governação do Município. Isso mesmo foi dizer aos militantes da freguesia de Lomar, com que se encontrou agora para dar a conhecer mais de perto a sua candidatura.
«Tenho-o repetido e não o faço de ânimo leve: se o desemprego é o nosso grande problema para os próximos tempos, ajudar a combatê-lo é também a obrigação do Município, criando condições para tal», disse.
O candidato, que efectua agora um contacto mais directo com os militantes socialistas, num périplo pelas freguesias do concelho, assume, assim, como sua primeira preocupação «fazer crescer e estimular tudo o que possa contribuir para a criação de emprego», nomeadamente dos mais jovens, precisamente os da «geração mais qualificada de quantas Portugal viu nascer».
«Quando as infraestruras básicas do concelho estão concluídas, num trabalho meritório dos executivos liderados pelo Eng. Mesquita Machado, impõe-se naturalmente um novo ciclo, um novo ciclo de políticas autárquicas que privilegie novas áreas de intervenção, cada vez mais premente e mais rápida, mais ágil, em áreas que vão da economia à acção social, da educação ao ambiente».
Recriar competências antes centralizadas ou assumir novas modalidades para intervir junto das pessoas, em particular das vítimas deste flagelo social que é o desemprego, será – disse António Braga – uma das suas prioridades, o que motivará, desde logo, a criação do designado Conselho de Concertação Municipal, estrutura em que estarão activamente representadas todas as estruturas locais implicadas com o mundo do trabalho, da educação ou da acção social.
Para promover o crescimento da economia local – e, consequentemente, do emprego –, o presidente da Assembleia Municipal de Braga reafirmou a ideia de promover o que designa de diplomacia económica, aproveitando a sua experiência de governação como secretário de Estado das Comunidades.
«A diplomacia económica será uma grande vantagem para o Município, fomentando as relações internacionais, designadamente aquelas que permitam estabelecer parcerias com cidades e com empresas, assim promovendo, por exemplo, a internacionalização das pequenas e médias empresas locais», disse, citando a sua moção de estratégia.
O vice-presidente do grupo parlamentar socialista na Assembleia da República fez, contudo, questão de lembrar que tudo isto se deve harmonizar com o ambiente, as energias limpas, a economia social e solidária, a escola e a cultura.
Muito mais importante do que impor austeridade – disse – é reorganizar as políticas, é orientar a governação, obviamente em respeito pela identificação ideológica da matriz socialista que impregna nas suas propostas.
«Nós somos socialistas, temos uma forma de organizar a sociedade diferente da de outros; estamos convencidos de que o nosso projecto partidário continua válido e não vamos abandoná-lo, como se as propostas que fazemos para resolver os problemas desta sociedade pudessem ser assumidas “ipsis verbis” por outros», afirmou.
Depois de ter historiado mais uma vez todo o processo conducente a esta candidatura – cuja missão principal, no contexto da eleição da nova Comissão Política Concelhia do PS/Braga, é a escolha do candidato à presidência da Câmara Municipal –, o actual líder do colégio municipal passou em relevo muitas outras das suas propostas para a governação autárquica, concretamente aquelas que visam, em simultâneo, potenciar os níveis de qualidade-de-vida que já hoje identificam a cidade, seja a maior atenção às questões ambientais e de ordenamento do território, em que os espaços verdes e de fruição natural terão necessariamente destaque, seja a atenção especial que a Cultura, mormente o património construído, lhe vão merecer.
Na conversa que manteve com os militantes presentes na sede da junta de Freguesia de Lomar, António Braga falou ainda do trabalho que se propõe fazer para «democratizar a vida interna do partido» e para dinamizar a estrutura concelhia do partido, que tem existido completamente isolada dos seus militantes e da sociedade que a suporta.
O candidato exortou ainda os militantes a regularizar a sua relação com o partido, mantendo as quotas actualizadas, para que possam constar dos cadernos eleitorais – encerrados um mês antes da data das eleições, por força dos novos estatutos do PS –  e, assim, exercer o seu direito de voto no dia 2 de Junho.

(Trabalho jornalístico publicado do "Diário do Minho" de 28 de Abril de 2012)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A CULTURA
como meio de desenvolvimento
pessoal, social e económico

Por Vasco Grilo (*)

Pensar a Cultura como um eixo de intervenção política ao nível autárquico é um imperativo para a afirmação de Braga como cidade-centro, ou seja, Braga como lugar de desenvolvimento e referência da grande região de que tem sido justamente um símbolo maior.
A Cultura, contudo, não é só acção estratégica ou meio de desenvolvimento; é também fruição, educação, expressão, arte, literatura, música, tradições, movimentos, correntes, teatro, folclore, jornais, círculos, entre outras formas de ser.

A moção “Aprofundar o desenvolvimento, fazer crescer o legado”, base programática da Candidatura liderada por António Braga à Concelhia do PS/Braga, fixa bem esta concepção de Cultura eclética, irreverente e intervencionista.

Eclética, porque aberta a múltiplas formas de expressão, desde a mais popular às emergentes culturas urbanas; irreverente, porque focada na juventude enquanto sector-âncora de afirmação de uma política cultural; intervencionista, porque, mais do que realizar eventos e/ou programas, há que estruturar a Cultura como um eixo de desenvolvimento estratégico.

Braga tem potencialidades e estruturas para o fazer. Tem dimensão, tem qualificação e tem estruturas. A afirmação de terceira cidade do país deixou já de ser um “slogan” para passar a ser uma realidade. Por outro lado, temos cada vez mais quadros qualificados fruto do grande desenvolvimento do ensino superior nos últimos anos. Temos ainda estruturas como o Theatro Circo, ou produtos já consolidados como a Feira do Livro. Temos muito mais, como é óbvio, pelo que é possível crescer desde que ancorados num projecto ambicioso e inovador.

A riqueza da tradição popular merece e exige um serviço permanente de estudo, divulgação e apoio aos agentes da área etnográfica e popular. Há que institucionalizar um roteiro cultural que faça de Braga uma referência da região e um local de passagem obrigatória de grandes eventos em áreas culturais, como a música, o teatro ou outras que se vierem a revelar como estruturantes para o desenvolvimento de Braga.
As grandes realizações assumem nesta linha de acção um papel de grande importância, porque mobilizadoras das populações e porque geradores de desenvolvimento, incluindo o económico. «A Cultura deve, assim, contribuir para a consolidação da identidade de Braga, enquanto polo aglutinador de sinergias e centralidade de uma região apta a participar no concerto local, nacional e internacional, com a marca da sua diferença e a qualidade da sua expressão cultural» (in Moção, pág. 10).

A Cultura é também um «campo propício para a realização do ideal da liberdade e do desenvolvimento humano e social». Isso implica participação e diferenciação. Participação na definição ena construção de áreas de intervenção cultural que acolham a diversidade, a pluralidade e a autonomia. Diferenciação porque «na esfera deste sistema amplo e aberto, e complementar, todo o munícipes e pode incluir e implicar com a sua experiência e sensibilidade, seja no plano mais popular ou tradicional, seja no plano mais erudito ou experimental».

Há que fixar na cidade projectos culturais de referência que se possam constituir em pólos de desenvolvimento. A ideia da criação de um Estaleiro Cultural parece ser uma boa ideia, desde que isenta de paternalismos ou preconceitos. Entregar a sua gestão e programação aos jovens pode ser outra boa ideia. O problema, portanto, não está propriamente nas ideias, mas na possibilidade de as levar à prática. Ora, isso só se poderá saber ou não se a Candidatura de António Braga se afirmar vencedora, como acredito, no interior do Partido Socialista bracarense. Temos lançado ideias. Gostaríamos de as debater. Iremos fazê-lo brevemente, estou convencido.

(*) Texto de opinião publicado no "Diário do Minho" em 27 de Abril de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

«PARA COMPETIR NO CONTEXTO GLOBAL
É PRECISO INVESTIR MAIS NO LOCAL»


-- António Braga, em reunião com militantes em Santa Lucrécia

«Para competir melhor no contexto global é inevitável investir mais no local». A afirmação é de António Braga e foi feita agora em Santa Lucrécia de Algeriz, Braga, no contexto da sua campanha para a presidência da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista.
O actual presidente da Assembleia Municipal de Braga – que por estes dias participa em Bruxelas numa reunião plenária do Conselho da Europa – falava a um grupo de militantes e simpatizantes socialistas, durante o qual procurou expor as principais propostas da sua candidatura.
«O tecido empresarial do concelho, para poder competir no actual contexto de crise e à escala global, tem de criar e consolidar capacidades e instrumentos que promovam a inovação constante», disse, sublinhando o facto de os territórios competirem hoje no domínio do investimento directo, na atracção e retenção de pessoas, na captação de empresas e investimentos.
«Braga tem não só de atrair e reter as pessoas, mas também empresas e investidores. Impõe-se reforçar as condições para motivar os empresários a instalarem-se cá e a investirem. Agora, mais do que nunca, criteriosamente com preocupações de protecção ambiental», fez questão de sublinhar.
Lembrando o facto de em Braga se identificarem «sectores empresariais de excelência» e «áreas de referência que produzem riqueza significativa e que contribuem acentuadamente para o PIB nacional», defendeu que «a competitividade pode igualmente ser conseguida através de outros factores que não apenas o preço».
«Importa, por isso, ter em conta o mercado global e não apenas o mercado local e nacional. Competir nos mercados globais implica inovação constante. O Município deverá, assim, contribuir para garantir condições de desenvolvimento às empresas que apostem na produção de bens transaccionáveis e instrumentos que promovam a projecção das empresas nos mercados internacionais», propôs.
Foi neste âmbito que reafirmou uma das ideias fortes da sua moção, assente na designada diplomacia económica, «uma arma de vantagem para o Município, fomentando as relações internacionais, designadamente aquelas que permitam estabelecer parcerias com cidades e empresas, de modo a promover a internacionalização das pequenas e médias empresas com sede no concelho, articulando investimentos cruzados e disponibilizando informação credível sobre condições para o investimento local».
É isso – disse António Braga – que nos propomos fazer, aproveitando até o conhecimento que temos de outras realidades e os contactos que nos foram permitidos.
O candidato à liderança do PS/Braga – que assumiu já a sua predisposição para se candidatar à presidência da Câmara Municipal de Braga – aludiu igualmente ao «flagelo do desemprego», sublinhando que esta deve ser das primeiras preocupações do Município, que deve «estimular tudo o que possa contribuir para a criação do emprego, nomeadamente dos jovens, cuja presente geração é a mais qualificada de todas quantas Portugal viu nascer».
Dirigindo-se particularmente aos mais jovens presentes neste encontro – enquanto potenciadores de novas mentalidades –, o actual vice-presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República assumiu que o Município de Braga tem igualmente que «fazer crescer tudo quanto possa harmonizar-se: o ambiente, as energias verdes, a economia social e solidária, a escola, a cultura».
Falando particularmente sobre a organização do partido em Braga – para o qual propõe, em primeiro lugar, o reforço da democracia interna e a participação activa dos militantes na discussão dos assuntos que fazem a agenda do Município e da cidade – António Braga disse que a sua candidatura «não é contra ninguém, até porque foi a primeira a assumir-se» e «a trabalhar um projecto sério para o concelho», que «recrie a esperança nos bracarenses».

UMA LIÇÃO... DE FRANCÊS!


Por Eduardo Nuno Ribeiro (*)

Poucas horas depois do fecho das urnas da primeira volta das eleições presidenciais francesas, independentemente do resultado final, há uma importante lição a tirar. Não uma lição política, não uma lição de economia, mas uma lição de cidadania e de democracia.
Nicolas Sarkozy arrisca-se a inscrever o seu nome na História da França como o único Presidente da República, em 30 anos, a não ser reeleito para um segundo mandato.
Tal “feito” será certamente fruto de dois factores: as políticas de austeridade por si desenvolvidas e, mais importante, o processo de escolha de François Hollande para candidato do Partido Socialista francês.
Senão veja-se. O afastamento dos cidadãos da classe política que os representa é desde há muito transversal em toda a Europa. Este fenómeno é consequência do fosso entre as altas esferas de decisão e as bases que as sustentam, sejam estas nacionais ou partidárias.
Relembre-se que depois da queda catastrófica de Strauss-Kahn, François Hollande foi escolhido a partir de uma base alargada de cidadãos (mais de 2,6 milhões) que, genericamente, tiveram apenas de disponibilizar de 1€ do seu próprio bolso e com isso escolher aquele que julgaram ser o melhor candidato socialista.
Esta é a diferença. Este é o retomar dos princípios da democracia. A noção de representatividade e de influência. É a falta destes dois factores que tem originado a completa alienação de mais de 40% de eleitores do processo democrático em Portugal e que se reflecte na indiferença dos militantes dos partidos políticos quando são chamados a tomar decisões internas.
É neste contexto que surge, a nível local, a Candidatura do Dr. António Braga à Comissão Política Concelhia bracarense do Partido Socialista. A assunção do objectivo inicial da intenção de ser candidato à Câmara Municipal de Braga numa posição clara, inequívoca e transparente, personaliza o que muitos, há muito, esperam dos seus líderes.
Note-se que António Braga é, até ver, o único que assumiu claramente esse objectivo não se conhecendo por parte de qualquer outro militante uma posição oficial quanto ao facto de ser, ou de apoiar, outro candidato, tentando fazer crer que as duas situações não estão relacionadas e com isso protelar a sua decisão para momento mais “oportuno” em função exclusivamente dos seus interesses individuais.
Este é o motivo pelo qual esta é a “chamada”. É a chamada à decisão de todos os envolvidos no processo, que têm o privilégio de ter uma palavra a dizer para o futuro do Partido Socialista bracarense e consequentemente para a nossa cidade.
É necessário romper com a recondução sistemática, baseada, não no debate de ideias ou projectos, mas exclusivamente numa lógica fechada de continuidade tradicionalista que por si só não se justifica.
É importante que o processo democrático siga o seu curso natural e que cada um exerça individualmente o seu voto livre, estando para isso na posse de todos os dados e factores, com a consciência de que o seu voto não é um “favor”, um “jeito”, um “pedido”, ou até uma “obrigação moral”, mas sim algo de muita responsabilidade que pode influenciar o futuro colectivo de uma cidade de que todos nos orgulhamos.
Talvez num futuro próximo possamos seguir o exemplo do Partido Socialista francês, que, ao contrário do que alguns socialistas bracarenses advogam, com a abertura à sociedade ganhou uma legitimidade nunca antes alcançada, assim como uma responsabilidade acrescida com o alargamento e partilha de ideias e ideais.
“Liberté, Egalité, Fraternité”! É o lema da República Francesa, adoptado pelo Partido Socialista português. Afinal, França, não é assim tão longe.


(*) Texto de opinião publicado esta quarta-feira, 25 de Abril, no "Diário do Minho".

domingo, 22 de abril de 2012

...PARA UMA VIDA AUTÁRQUICA PARTILHADA


Fernando Gonçalves:

«Um dos paradigmas mais falados nos últimos anos é o de “pensar global, agir local”, que é hoje aplicado a todas as áreas da sociedade, devendo, na minha perspectiva, ser visto no campo político como uma condição “sine qua non” para o desenvolvimento sustentável de qualquer município.
Edgar Morin, sociólogo francês por quem nutro simpatia, afirma que "devemos tomar consciência de que vivemos numa comunidade de destino planetário", sugerindo uma "política de civilização" diante do desassossego que existe no mundo de hoje, defendendo a interligação dos saberes.
Nesta linha de pensamento, António Braga, devido ao seu percurso político transversal (local, nacional e internacional), é a pessoa que reúne as melhores condições para liderar a Concelhia do PS/Braga e ser o candidato natural do Partido Socialista à Câmara Municipal, pois a sua vivência política de décadas é o garante que a vida autárquica será partilhada democraticamente por todos os munícipes numa verdadeira e moderna política civilizacional».

sexta-feira, 20 de abril de 2012

UM BOM CANDIDATO PARA NOVO CICLO

Gabriela Sequeira:

«O Partido Socialista de Braga tem estado, nos últimos anos, fechado sobre si mesmo, alheio às opiniões e anseios dos seus militantes e simpatizantes, fazendo com que estes se distanciem e se desinteressem pela política. É imperativo alterar esta situação e dar início a um novo ciclo, fomentador de maior abertura e participação dos militantes.
O candidato que melhor nos pode conduzir a este novo ciclo no PS/Braga e na Câmara Municipal é, em meu entender, António Braga.
Por possuir um saber e experiência ímpares, adquiridos nas diversas funções que desempenhou ao longo da sua vida profissional e política, que lhe permitem partilhar esforços e saberes, ouvir e discernir, partilhar tarefas…
Tudo isto associado a um projecto credível, claro, forte, coerente e transparente… Para que os nossos concidadãos sintam que os seus governantes locais são bons interlocutores perante os problemas que se lhes colocam nas diferentes áreas de actividade.
É por isso que só podia estar com a Candidatura de António Braga.

«É FUNDAMENTAL ESTIMULAR
TUDO O QUE POSSA CRIAR EMPREGO»

Não se lhe deve chamar “moção de estratégia”, mas está carregada de estratégia para a gestão do Município de Braga. São propostas resultantes da colaboração de muitos militantes socialistas. Foi submetida a intenso debate e deseja que as ideias nela insertas continuem a motivar a discussão. António Braga, o líder da candidatura à Comissão Política Concelhia do PS/Braga e à presidência da Câmara Municipal, explica por que quer “Aprofundar o desenvolvimento do concelho, fazer crescer o legado”.


 
-- Esta moção que está a divulgar juntos dos militantes – aliás, construída com a participação de muitos dos seus apoiantes – coloca em destaque o que designa por “Conselho de Concertação Social Municipal”. Explicite essa ideia…
-- É importante fazer crescer e estimular tudo o que possa contribuir para a criação do emprego, nomeadamente dos jovens, cuja presente geração é a mais qualificada de todas quantas Portugal viu nascer.
Mas fazer crescer igualmente tudo quanto possa harmonizar-se: o ambiente, as energias verdes, a economia social e solidária, a escola, a cultura. E diminuir a agricultura industrial, o consumo de energias fósseis, entre outras escolhas para o concelho.
Conforme é sublinhado no documento, muito mais importante do que impor austeridade é reorganizar as políticas em direcção à humanização de processos pela revalorização do território, no consumo e na produção de bens e serviços à comunidade, tendo em vista consolidar os seus interesses vitais. No contexto em que vivemos e naquilo que nos é possível antever, é forçoso revitalizar o exercício das competências autárquicas. A conjugação das crises, social e económica, torna ainda mais emergente a capacitação do exercício autárquico, relevando-se as potencialidades de intervenção rápida, ágil, em áreas que vão da economia à solidariedade social, sinalizando-se, estrategicamente, a cultura e a educação.

Recriar competências para os municípios, antes centralizadas, ou abrir novas modalidades de intervenção, será uma das nossas prioridades, em diálogo com os parceiros institucionais, reunidos no tal Conselho de Concertação Social Municipal, estrutura que envolverá todas as componentes locais, desde o trabalho à escola.


-- Di-lo na moção e temo-lo ouvido repetir várias vezes aos militantes a teoria da «desconstrução» da globalização. Apresenta essa «desconstrução» como uma das formas de encontrar saída para os inúmeros problemas que a presente crise europeia nos está a colocar… Afinal, o que quer dizer com isso?

-- As ideologias dominaram grande parte dos séculos XIX e XX. O neoliberalismo económico pretendeu-se sucessor e aglutinador das ideologias, mas surge agora ele próprio como uma ideologia em falência. A sua degenerescência tem sido acompanhada por alguns picos de quase ressurreição, logo e sempre adiada.

A globalização e o desenvolvimento, submetidos ao seu império, têm sido incapazes de responder aos problemas e às vantagens que eles próprios colocam. Há como que uma impotência face à regressão económica e desregulação financeira das economias com ou sem a crise.

Na ausência de respostas globais, sobretudo à regulação financeira internacional, a metamorfose do sistema, planetário, pode tornar-se viável através da desconstrução, ao nível local, que possa consolidar e desenvolver tudo o que a mundialização trouxe de inter-solidariedades e ligações culturais, mas, ao mesmo tempo, restituir ao local e ao regional as autonomias vitais.


-- Importa-se de concretizar?…

-- É importante desglobalizar para dar lugar à economia social e solidária, para salvar a economia do território local, preservar a agricultura de vivência e a alimentação, a que estão ligados os pequenos artífices e o comércio de proximidade, combatendo o abandono do campo e a lenta agonia do pequeno comércio nas zonas urbanas, rurais e periféricas.

A fórmula estandardizada ou o modelo de desenvolvimento vigentes deixam de lado a solidariedade e os diversos saberes das sociedades tradicionais, do artesão, da comunidade. Ao imperativo avassalador e mais ou menos unilateral do crescimento de tudo, queremos contrapor a escolha do que deve crescer e do que pode não crescer.

Trata-se de saber escolher os caminhos que possam intersectar competências, não sonhadas, que os municípios devem perscrutar, neste novo horizonte de esperança, com as quais podemos desconstruir centralismos modelados pela ideia infundada da maior e mais competente ou complexa ordem global.

A qualificação e sustentabilidade do trabalho e dos produtos locais, para além de poder complementar essa complexidade, poderá trazer-lhe mais consistência, já que o global, não sendo um somatório de locais, sem eles deixará de ter razão de existir. Por isso, defendemos a reorientação das modalidades do desenvolvimento para o reconhecimento do local, do simples, no que eles podem ajudar à qualificação e humanização das metrópoles.


-- A «diplomacia económica» é dos termos mais fortes da vossa pré-campanha e, claro, da vossa moção. Quer explicar-nos de que fala?

-- O tecido empresarial do concelho, para poder competir no actual contexto de crise e à escala global, deve criar e consolidar capacidades e instrumentos que promovam a inovação constante. Como se sabe, os territórios competem, ainda, no domínio do investimento directo, designadamente, pelas condições favoráveis oferecidas, na atracção e retenção de pessoas, na captação de empresas e investimentos.

Braga tem não só de atrair e reter as pessoas, mas também empresas e investidores. Impõe-se reforçar as condições para motivar os empresários a instalarem-se cá e a investirem. Agora, mais do que nunca, criteriosamente com preocupações de protecção ambiental.

Como têm presente, identificam-se em Braga sectores empresariais de excelência e áreas de referência que produzem riqueza significativa e que contribuem acentuadamente para o PIB nacional. Há, contudo, nas actuais circunstâncias, sectores em situação complexa face ao recuo dos mercados e à contracção do poder aquisitivo.

O sector têxtil, por exemplo, constitui um desafio constante para a região e para o concelho. O Município deverá contribuir para recuperar equilíbrios e facilitar a inversão das dificuldades que resultam do facto de grande parte das nossas empresas se colocarem em nichos de produção do chamado “fim de linha, com pouco valor acrescentado, que respondem a encomendas de grandes empresas/ marcas e delas ficam muitas vezes demasiado dependentes. Deverá, assim, cooperar com as empresas no sentido de ajudar a aumentar o valor acrescentado, o que pode ser obtido através de uma aposta na inovação e no “design”, na construção de marcas e na diferenciação de produtos.

A actual crise pode ser um motor e um ponto de partida importantes. O exemplo concreto a seguir será a criação de um “Espaço dos Saberes”, que permita e estimule o encontro entre todos os saberes e os saberes de todos da nossa região.

Continuará a existir mercado para os têxteis, bem como para a metalurgia ou qualquer outro sector considerado tradicional em Braga, não nos actuais moldes de produção em massa, nos quais não somos nem poderemos ser competitivos, mas sim com novas formas de produção que deverão, inevitavelmente, passar pela aposta na diferenciação e na criatividade dos processos e produtos, sempre com uma forte preocupação ambiental.

A competitividade pode igualmente ser conseguida através de outros factores que não apenas o preço. Importa, por isso, ter em conta o mercado global e não apenas o mercado local e nacional. Competir nos mercados globais implica inovação constante. O Município deverá, assim, contribuir para garantir condições de desenvolvimento às empresas que apostem na produção de bens transaccionáveis e instrumentos que promovam a projecção das empresas nos mercados internacionais.

O Município desenvolverá os instrumentos e as condições de facilitação e credibilização de toda a informação relevante com vista à captação de investimento, na construção de parcerias estratégicas que acrescentem valor e ajudem a criar produto, e, com a criação de produto, permitir aos jovens continuar a investigar, articulando a investigação com o mercado de trabalho.

A diplomacia económica será, em nosso entender, uma arma de vantagem para o Município, fomentando as relações internacionais, designadamente aquelas que permitam estabelecer parcerias com cidades e empresas de modo a promover a internacionalização das pequenas e médias empresas com sede no concelho, articulando investimentos cruzados e disponibilizando informação credível sobre condições para o investimento local. É isso que nos propomos fazer, aproveitando até o conhecimento que temos de outras realidades e os contactos que nos foram permitidos.



-- «Braga exige agora o desenvolvimento de uma lógica de planeamento subjacente à sua condição de cidade âncora do desenvolvimento regional». A frase está inscrita no vosso documento… O que quer dizer com isto?

-- Com a criação do centro de investigação em nanotecnologia, ao que se junta a reconhecida qualidade de investigação da Universidade do Minho em diversas áreas, vão-se definindo especializações de carácter exclusivo local e nacional.

Esses produtos concorrerão para o bem-estar das populações, trazendo competitividade de nível internacional à região e revertendo em mais-valias, quer no emprego, quer na economia.

O Município deverá complementar estes recursos instalados através da dinamização de iniciativas locais, intervindo ao nível do território e da informação, de forma a atrair grandes agentes internacionais que actuem nesta área.


-- Tem insistido muito no aproveitamento da nossa matriz religiosa, consubstanciada no epíteto de “Roma portuguesa”…

-- Tanto pelo seu passado histórico, no seio da cristandade ibérica, como no presente, rico em monumentos e festividades religiosas, que constituem atractivos relevantes e manifestações culturais locais, Braga tem enorme capacidade geradora de fluxos turísticos, nacionais e estrangeiros. Não só pelo aproveitamento socio-cultural dos velhos símbolos religiosos, como a Sé, o Mosteiro de Tibães, o Bom Jesus, mas também pela potenciação de marcas históricas como a Bracara Augusta ou a Capela de São Frutuoso, um imóvel bem conservado do Séc. VII, que deve ser elevado, aliás, à condição de relíquia arquitectónica. Neste património podemos encontrar um grande produto para afirmar nos mercados turísticos…

O turismo religioso constitui-se como prática religiosa, cultural, social e económica há vários séculos em diferentes partes do mundo. No caso de Braga, enquanto actividade cultural de valor económico assinalável, enquadra parte significativa da competitividade económica e resulta em larga medida do património imaterial e construído que o território possui e que a sua história revela. É auto-sustentável e pode traduzir-se em eficiente meio para garantir o desenvolvimento do comércio de rua, dando um contributo inestimável para a sustentabilidade social.

A divulgação e o desenvolvimento de actividades associadas ao património religioso serão prioridade da acção do Município em parcerias de rede com as instituições religiosas que promovam a cooperação na acção de valorização dos monumentos e das manifestações religiosas. Trata-se de enriquecer o calendário de eventos dirigidos ao turismo centrado na vertente cultural e religiosa, inscrevendo a cidade e o concelho na rota dos destinos nacionais e europeus.

As solenidades da Semana Santa, com projecção ibérica, e as Festas de São João são já bons exemplos da articulação entre a Arquidiocese e o Município.


-- A cidade que deixa transparecer das vossas propostas nega, aparentemente, o planeamento que lhe tem sido dado nas últimas décadas…

-- No passado mais recente foram feitas muitas coisas bem planeadas e outras menos bem conseguidas… Não podemos esquecer, sem que isso seja desculpa, que a cidade cresceu muito depressa, muito rápido. E depressa e bem… já diz o povo que há pouco quem. Contudo, não temos uma cidade tão má quanto a nossa Oposição durante algum tempo quis fazer crer… Afinal, hoje a mesma Oposição não fala disso… Como não fala de nada, aliás.

Mas o que acontece é que queremos uma cidade de mulheres e homens que usufruam mais do território em solidariedade social. Preconizamos, por isso, ouvir com regularidade os cidadãos e as suas ideias e opiniões para a cidade e para o concelho. Dos mais jovens aos menos jovens, integrando todos no esforço de construção duma nova cidade.


-- Usufruir melhor do território implica também uma política de Ambiente que harmonize o desenvolvimento com a qualidade-de-vida… É isso que propõe?

-- O construído deve ser agora racionalizado, introduzindo mais espaços verdes, melhor aproveitamento energético e melhor fluidez de circulação, por exemplo. Temos a consciência de que a tarefa é complexa, pelo que deverá ser objecto de um debate aprofundado com os diversos actores com uma palavra a dizer nesta área.

Ambicionamos construir uma cidade verdadeiramente educadora nas suas multi-dimensões, que, mediante o conhecimento, interligue segurança, saúde, educação, cultura, emprego, urbanismo, desporto, ambiente, turismo, lazer…


-- Temos registado como recorrente nas suas intervenções, e está plasmada na moção, a ideia de afirmação de Braga como Capital do Minho…

-- Braga é, inegavelmente a terceira cidade do País. Tem uma situação geográfica privilegiada, sendo capital de província, equidistante de pólos dinâmicos como Guimarães, Barcelos e Famalicão, com as melhores ligações ao Porto. Pode, pois, beneficiar mais da sua centralidade, afirmando-se como um elemento aglutinador da região em que se insere.


-- Isso também confere maiores responsabilidades…

-- Concordo. Reparem: a integração na rede de cidades médias europeias e a participação activa nesse fórum moldam já uma dimensão de responsabilidade partilhada na construção da malha mais fina do projecto europeu, da solidariedade entre povos. Ora, isso tem um lado bom bem evidente. Isso permitirá, certamente, uma crescente capacidade de atracção de investimento e parcerias que favorecerão a internacionalização do tecido empresarial local e regional, acrescentando-se assim mais oportunidades ao crescimento e emprego.

Conforme dizia, a centralidade de Braga, enquanto capital de distrito, permite estabilizar redes de cooperação no desenvolvimento de projectos intermunicipais. Mas permite igualmente aproveitar mais e melhor os recursos disponíveis em pessoas e instituições, respondendo com eficácia aos desafios da competitividade e do crescimento económico desta sociedade global.

Braga exige agora uma lógica de planeamento subjacente à sua condição de cidade âncora do desenvolvimento regional, para com isso poder afirmar maior solidariedade institucional na região.


-- A acção social, a questão do apoio aos mais debilitados, é uma das vossas preocupações. E já passaram a escrito algumas propostas…

-- Assim é. A solidariedade social é um valor estruturante da acção política do PS, quer se trate de governar o País ou de dirigir os destinos das municipalidades. O maior destaque merece o primeiro princípio orientador da esquerda democrática. Desde logo a coesão social. Sem coesão social não há desenvolvimento sustentável. A coesão social assume nos dias de hoje uma importância incontornável, dados os efeitos perniciosos da crise económica e financeira.

Continuaremos, em conjunto com as instituições de solidariedade social, a aprofundar formas de participação que dêem resposta aos problemas sociais que atravessam a sociedade e para os quais há que encontrar, com urgência, respostas integradoras.

Há, hoje em dia, um novo direito que deve ser operacionalizado, tendo em vista o combate ao isolamento das pessoas idosas. Diremos, numa primeira abordagem, que se trata do direito a não estar só nas últimas curvas da vida, o direito a viver com dignidade a última fase da vida. As Instituições de Solidariedade Social devem desempenhar nesta área um papel primordial, mas caberá à autarquia potenciar e optimizar essa acção.

Sob nossa tutela, o Município de Braga consolidará a intervenção social prioritária através da criação de racionalidades muitas vezes ausentes, por tradição, a nível nacional. Nomeadamente, deve ser o pólo e o piloto para organizar uma plataforma que mobilize e reúna as instituições de solidariedade social por forma a rentabilizar equipamentos e recursos.

Do conjunto dos instrumentos disponíveis nas múltiplas instalações, dispersas pelo território, pode o Município, no âmbito de novas modalidades de intervenção, criar as condições que favoreçam a reorientação do uso e da distribuição de meios por forma a racionalizar mais e melhor os orçamentos do erário público, disponibilizando aos que mais necessitam estímulos e apoios para uma melhor integração e realização psico-social.  

Neste tempo, fruto das dificuldades crescentes e da drástica redução do poder aquisitivo das pessoas e das famílias, torna-se mais emergente a persistência de políticas dirigidas a minorar as debilidades financeiras e a combater a pobreza. Tornou-se imperioso, igualmente, avaliar, sistematicamente, em cooperação com as escolas, as necessidades familiares, por forma a poder contribuir para a superação das dificuldades na progressão da aprendizagem dos alunos, especialmente as que resultem de carências materiais ou económicas. 

A terceira idade, faixa etária e social particularmente sensível em épocas de maiores dificuldades, quer as que resultam do isolamento ou abandono, quer aquelas que advêm da diminuição de rendimentos, terá da parte do Município socialista todo o acompanhamento, através de cooperação especializada com as instituições do concelho vocacionadas para essa área. Isso permitirá contribuir para criar redes de apoio emergente.

terça-feira, 17 de abril de 2012

PS/BRAGA: UMA VITÓRIA CLARA
NA COMISSÃO POLÍTICA CONCELHIA

Por António Braga
 
Caros Amigos, nestes últimos anos de gestão socialista do Município de Braga muitos foram os bons projectos concluídos que contribuíram para que Braga se transformasse numa cidade de referência, numa centralidade regional reconhecida.
Mas, agora, ambicionamos ir mais além! Queremos juntar alguns dos bons exemplos do passado com a necessidade que há de reinventar novas soluções que respondam a esta crise que a todos afecta. Tornou-se urgente inovar em todas as áreas, com especial destaque para a importância da manutenção e da criação do emprego.
Apresentamos já a nossa moção orientadora, acessível em www.bragabraga2013.com. Trata-se de um documento que veio a ser elaborado ao longo dos últimos três meses e que teve a participação e empenho de muitos militantes em sucessivas reuniões de trabalho para o efeito.
Esta moção, ganhando a eleição para a Comissão Política Concelhia, como espero, será o documento que orientará toda a acção do Partido Socialista no concelho de Braga, não só na gestão do quotidiano político, mas também quanto à estratégia a seguir para vencer as próximas eleições autárquicas em 2013, principal desafio que se avizinha aos socialistas bracarenses.
Por isso, ao longo dos próximos meses, cabe-nos ainda a tarefa de construir, juntamente com os militantes, um programa ambicioso para as eleições para a Câmara Municipal e que terá por base a moção apresentada.
Como é já sabido, a nossa Candidatura à Comissão Política Concelhia tem como principal motivação a disputa da Câmara Municipal de Braga nas próximas eleições autárquicas.
Ora, para o PS apresentar uma candidatura vencedora à Câmara Municipal é condição necessária ter um partido forte, participado e enriquecido por todos os militantes, reformador em diversos sectores e que seja eficaz para acompanhar o que se passa na sociedade, não só nos aspectos que se referem à vida local, mas também nacional e europeia.
Temos, igualmente, a ideia de que a Secção de Braga do Partido Socialista terá de ser a base de sustentação e de apoio crítico à equipa que na Autarquia representará o Partido Socialista.
Estamos convencidos de que só demonstrando aos cidadãos bracarenses a existência no PS de massa crítica e de força interior para se renovar interna e externamente – que lhe permita apresentar um projecto político forte, renovado, livre e autónomo, mas baseado no património político que nos é legado pelo camarada Mesquita Machado – é que será possível revigorar a expectativa de virmos a sair vencedores nas próximas eleições autárquicas.
Por isso, torna-se necessária uma vitória clara na Comissão Política Concelhia para implementarmos as ideias deste projecto político. É por estas razões, e só por estas, que sempre afirmámos, e reafirmamos, a importância de ganhar a Comissão Política Concelhia para a nossa candidatura a Presidente da Câmara Municipal.
Mesmo que o partido tenha nos seus estatutos -- como tem agora -- a eleição directa por parte dos militantes para a escolha do cabeça-de-lista à Câmara Municipal, esta nunca substituirá na íntegra a vitória na Concelhia, nem a aprovação da moção da nossa candidatura, porque os órgãos do partido são representativos e perduram pelo tempo do seu mandato, enquanto as eleições directas se esgotam no momento da votação.
É, aliás, por essa razão que nos sistemas parlamentares, que defendemos, o primeiro-ministro e o seu governo são votados no Parlamento, para, assim, corresponsabilizar os agentes políticos envolvidos, quer do poder executivo, quer do legislativo.
Assim, se houver a chamada eleição directa, a sua eventual disputa só será razoável vencendo as eleições para a Comissão Política Concelhia, com isso criando uma maioria que servirá de plataforma activa na vitória das eleições autárquicas de 2013.