quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

«TEMOS UM LEGADO VALIOSO,
NÃO O PODEMOS DESPERDIÇAR»

-- afirma António Braga, ao Jornal da Candidatura "BragaBraga2013"

«Temos um legado muito importante, valioso demais, para ser entregue de mão-beijada à Oposição na Câmara Municipal. A nossa primeira obrigação é continuar a ganhar a presidência do Executivo Municipal. Só assim poderemos honrar o trabalho que herdamos do Eng. Mesquita Machado e dos nossos camaradas que com ele se dedicaram a esta causa». É assim que António Braga, agora candidato à liderança do PS/Braga, apresenta a sua proposta. E assume claramente que é candidato à Comissão Política Concelhia do PS para ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga. Ahhh, lembra que a Oposição de direita já escolheu o seu concorrente. «Por acaso ou por falta de melhor, o mesmo que está em campanha há 10 anos», lembra.
-- Comecemos por tornar claro uma questão fundamental: afinal, a que está António Braga a candidatar-se? À liderança do PS/Braga ou à Presidência da Câmara Municipal de Braga?
-- Concordo quando diz que esta é, de facto, uma questão fundamental. Tão fundamental que enquadra todo o projecto que lideramos. Neste exacto momento, sou candidato à presidência da Comissão Política Concelhia de Braga do Partido Socialista. Proponho-me obter o apoio do máximo número de militantes para liderar a maior ou uma das maiores secções concelhias do PS. Eu e as pessoas que têm colaborado neste movimento que me apoia temos propostas concretas para corrigir erros do passado, mas, acima de tudo, para melhorar a forma de funcionamento do PS/Braga. Já tornei públicas algumas das ideias que pretendemos desenvolver no PS/Braga para o manter activo na sociedade. Só assim ele faz sentido…  Mas, como dizia, a nossa candidatura à liderança da Concelhia tem um grande objectivo, logo na sua origem. Muito claramente: sou candidato à liderança do PS/Braga para ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga.
-- Digamos que a sua candidatura à Concelhia do PS é uma forma de preparar a sua candidatura à Câmara Municipal de Braga?
-- É como diz. Digamos que é como um instrumento para assumirmos uma candidatura vencedora à presidência da Câmara Municipal de Braga. Como sabe, de acordo com os estatutos do partido e da forma como sempre tem sido feito, cabe à estrutura concelhia a indicação do nome para liderar a candidatura às eleições autárquicas. Ora, se o primeiro objectivo de uma secção concelhia é, em diálogo e em respeito pela vontade dos seus militantes, preparar o partido para governar o Município, o que nós pretendemos é cumprir isso mesmo. Temos um legado muito importante, valioso demais, para ser entregue de mão-beijada à nossa Oposição na Câmara Municipal. A nossa primeira obrigação é continuar a ganhar a presidência do Executivo Municipal. Só assim poderemos honrar o trabalho que herdamos do Eng. Mesquita Machado e dos nossos camaradas que com ele se dedicaram a esta causa. Braga, a terceira cidade do país, impõe-nos a obrigação de nos apresentarmos às próximas autárquicas com uma proposta vencedora, com um candidato a presidente da Câmara Municipal devidamente habilitado ao exercício de tal cargo…
-- Ouve-se, contudo, de alguns militantes com responsabilidades nesta causa que seria preferível uma coisa de cada vez…
-- Eu não penso assim, o movimento que me apoia não pensa assim, e os militantes com quem temos trabalho e com quem contactamos não pensam assim. É isso que fazem questão de no-lo dizer. O que oiço de todos, independentemente de defenderem uma reorganização do funcionamento do partido, é que em causa está, agora, a escolha do nosso candidato a Presidente da Câmara Municipal de Braga. O que nos dizem e nós próprios partimos desse ponto é de as Autárquicas de 2013 estão aí à porta… Repare, a nossa Oposição já aprovou o nome do seu candidato… Por acaso ou por falta de melhor, o mesmo que está em campanha há 10 anos. Está em campanha há 10 e já intensificou a sua visibilidade desde que tornámos pública a nossa disponibilidade para liderar a lista socialista à Câmara Municipal!!! Além disso, deixe-me dizer-lhe o seguinte: este é um momento histórico para o PS/Braga. Nunca antes os socialistas bracarenses tiveram que se preocupar sobremaneira com esta questão… Tínhamos um candidato natural… vencedor… o Eng. Mesquita Machado. Agora, não temos, desde logo porque a lei o impede. O que significa que o trabalho para apresentar um novo candidato ao eleitorado e o tempo que este vai ter para lhe dar a conhecer as suas propostas para a cidade é muito diferente. Obriga a um esforço maior e, necessariamente, exige mais tempo. Para chegar às pessoas a tempo de lhes fazer ver as diferenças entre o projecto repetido da Oposição e as novas ideias que pretendemos juntar ao legado do passado. A primeira iniciativa pública de incitamento à minha candidatura – recordo-lhe – manifestava a consciência dos signatários de que era então necessário iniciar-se uma nova fase… Um nova fase que, valorizando o património que herdamos e de que nos orgulhamos, implica uma escolha de políticas e de liderança que respondam aos novos desafios com que estamos confrontados. Aliás, lembro-me, os signatários daquela carta pública sublinhavam que altura de definir uma proposta de liderança que mobilizasse as várias energias e potencialidades, não só dentro do partido, como na Cidade e Concelho onde estão os nossos votantes.
-- Fala em signatários… Está em contacto há já algum tempo com os militantes… O que pressente? Que aderem às suas propostas? Pelo “feedback” que lhe chega, os militantes socialistas de Braga vêem em António Braga o seu candidato à Câmara Municipal?
-- Como resulta óbvio, teria que lhe dizer, mesmo que faltasse à verdade, o que não faria, que tudo o que coloca como questão tem uma resposta afirmativa. Mas não é isso que lhe quero sublinhar. De facto, surpreendo-me todos os dias com as observações mais inusitadas sobre este processo. A candidatura que lidero tem um grupo de trabalho. Tem um movimento de apoio muito honrado do trabalho que desenvolve... Temos apoiantes que conhecem o PS/Braga como ninguém, que são uma referência afectiva e de trabalho para todos os socialistas, mormente para os bracarenses. Eu lembro-lhe que tudo isto começou com o apelo público de quatro ilustres representantes do que de melhor o nosso partido tem. Falo-lhes do Padre Sousa Fernandes, professor jubilado da Universidade do Minho, a quem sucedi na presidência da Assembleia Municipal de Braga; do Dr. Agostinho Domingues, o primeiro “representante” da Secção de Braga no Parlamento, ilustre académico, pensador e modelo de democrata; e a Dr.ª Catarina Ribeiro, igualmente um bom exemplo de militância jovem. Pois bem, a partir da missiva que estes amigos, mas dedicados e preocupados socialistas, remeteram aos militantes, comecei a ser instado a assumir a candidatura. Particularmente a candidatura à Câmara Municipal. As palavras amigas começaram a surgir de onde menos as esperava, de quem, conhecendo-me bem, até pensava que eu não iria estar disponível para esta difícil tarefa. Chegou a altura então de lhes dizer que, tal como devo ao Partido Socialista a minha carreira política e a possibilidade de ser feliz por fazer o que gosto em prol da minha terra e do meu país, eu não iria evitar esta prova de esforço e iria disponibilizar-me para, se os militantes chamados a votar, assim o entenderem, ser o candidato do PS à Presidência da Câmara Municipal. Eu sei que sabe que o movimento que lidero não tem ao seu alcance os meios que outras candidaturas já no terreno têm… Designadamente, para chegar tão facilmente à fala com os militantes e simpatizantes. Mas, nós partimos do princípio de que os militantes do PS/Braga são, no mínimo, tão inteligentes quanto nós. E que não será a palmadinha nas costas ou um cumprimento mais ou menos apertado a convencê-los do destino do seu voto. Eu quero o voto dos meus camaradas socialistas para ganhar a Comissão Política Concelhia. E o que lhes garanto em troca, já o tornámos público, é um conjunto de princípios que hão-de nortear a nova vida do partido em Braga. A nova vida do partido e um conjunto de propostas enformadoras de uma gestão moderna da Câmara Municipal, uma gestão que respeite o legado do Eng. Mesquita Machado, mas que evolua para a satisfação de preocupações que, consumadas as infraestruturas básicas e fundamentais, se apresentam de particular importância.
-- Antes de evoluirmos para outros temas, diga-me, sem falsas modéstias, que mais-valias caracterizam António Braga neste contexto…
-- Compreende que isso é sempre o menos agradável que nos podem propor. Mas tenho uma forma bem fácil de evitar pôr-me aqui e agora a falar exclusivamente de mim. O documento está aqui na minha frente. Foi escrito pelas distintas figuras do partido de que já lhe falei e enviado aos militantes. Servia para justificar a escolha dos signatários e sustentar o desafio que me faziam. Dizia assim: «1) o Dr. António Braga conhece de perto os problemas da autarquia bracarense. Teve uma participação de mais de um quarto de século na Assembleia Municipal e exerceu vários mandatos no executivo camarário; 2) desempenha agora, em segundo mandato, o cargo de Presidente da Assembleia Municipal, o que lhe permite um conhecimento alargado dos problemas concelhios e uma experiência da relação de forças interpartidárias; 3) como deputado à Assembleia da República, prestigia o Parlamento, nomeadamente como vice-presidente da direcção do Grupo Parlamentar socialista; 4) exerceu com brilho e prestígio o cargo de Secretário de Estado das Comunidades». Acho que não devo dizer mais nada.
(Entrevista ao Jornal da Candidatura BragaBraga2013, em distribuição)

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