quarta-feira, 21 de março de 2012

POR UMA POLÍTICA MUNICIPAL
DE DIPLOMACIA ECONÓMICA

Por Armando Leite (*)

Na sua candidatura a presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista, o Dr. António Braga apresentou publicamente a sua moção “Aprofundar o desenvolvimento, fazer crescer o legado”, um documento estratégico, importante, de orientação política, que dá sentido a um conjunto inovador de políticas municipais e que vão incorporar o novo ciclo político que se quer para Braga.
Depois de um passado que nos orgulha, em que o concelho e a cidade se transfiguraram por completo, urge dar um novo salto qualitativo, um novo impulso, que abra novos horizontes e rasgue um futuro de esperança para quem aqui vive e trabalha.
Em Braga, fecha-se agora um ciclo de obras estruturantes para o concelho e para a cidade, em que releva o grande sentido de visão estratégica do Eng.º Mesquita Machado e que será seguramente continuado pelo Dr. António Braga, caso seja chamado a exercer o cargo de Presidente da Câmara Municipal, como esperamos.
Dos vários temas tratados na moção global, todos eles de uma actualidade política inquestionável, permitam-me vos reclame para reflectirmos sobre a importância da “Diplomacia Económica”, uma área estratégica para Braga no actual contexto de grande dificuldade que o país vive e a que esta região particular não é alheia.
Como bem se afirma na moção, “Braga terá não só de atrair e reter as pessoas, mas também as empresas e os investidores. Impõe-se reforçar as condições para motivar os empresários a instalarem-se no concelho de Braga e a investirem, mas, agora mais do que nunca, criteriosamente, com preocupações de protecção ambiental”.
No fundo, o que aqui se explicita com veemência é a necessidade de uma agenda económica para o concelho, em que a diplomacia económica seja um instrumento de actuação privilegiado, conjugada e complementada necessariamente por outras iniciativas que reclamem também o contributo das empresas e do poder público central.
Do Presidente da Câmara, e neste aspecto o Dr. António Braga estará bem colocado para o fazer, reclamar-se-á que seja um embaixador itinerante junto da Lusofonia e da diáspora lusa – aquilo que se designa por “mercado da saudade”, sem esquecer o mercado de proximidade que é todo o noroeste peninsular.
Explorar as oportunidades de relacionamento estreito com as comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo será um objectivo central que poderá abrir portas ao investimento directo de empresários portugueses no exterior.
Mas não só. Devemos explorar a outra via, não menos importante, do relacionamento económico com os povos de língua oficial portuguesa com quem temos umbilicais ligações histórico-culturais – o Brasil e os PALOP.
E é neste contexto que visionamos a aposta estratégica de Braga, focalizada na abertura mais efectiva ao exterior, como fonte de captação de investimento directo, ou como destino das exportações de empresas aqui sediadas.
Só assim faz sentido qualquer estratégia efectiva de diplomacia económica: induzir o investimento directo e as exportações, criando empresas e emprego. Empresas e emprego são cruciais na agenda económica e social do Dr. António Braga, enquanto candidato ao PS/Braga e, como esperamos, à presidência da Câmara de Braga.
Não temos qualquer dúvida de que Braga tem excelentes condições para fazer vingar essa visão económica: há conhecimento e investigação científica e tecnológica “sediada” na Universidade e aberta às empresas, tem acessibilidades que a ligam à Europa e ao mundo, através de importantes infraestruturas – aqui se cruzam três auto-estradas e existe um aeroporto e um porto-de-mar a cerca de 45 minutos.
O ambiente próprio e a envolvente são, assim, condições que fazem de Braga uma capital com capacidade endógena de se abrir ao mundo. Como alguém dizia e aqui se aplica com plena propriedade, a “diplomacia económica é assim um compromisso entre ambição e excelência, um verdadeiro apelo à mobilização dos nossos melhores talentos e competências” e que em Braga existirão na dose necessária, basta que o queiramos.  
“A diplomacia económica será uma arma de vantagem para o Município, fomentando as relações internacionais, designadamente aquelas que permitam estabelecer parcerias com cidades e empresas, de modo a promover a internacionalização das pequenas e médias empresas com sede no concelho”, abrindo Braga ao mundo, hoje, seguramente, apenas à distância de um clique.

(*) Militante socialista, artigo publicado no "Diário do Minho" de 22 de Março de 2012

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