terça-feira, 15 de maio de 2012

BRAGA, UM MUNICÍPIO DO MUNDO!

Por Armando Rego (*)

Os tempos parecem não correr de feição para aqueles que se propõe assumir e comandar projectos de liderança municipal. Na verdade, os momentos deixam transparecer dificuldades tormentosas para o poder local, nomeadamente os apertos sociais e financeiros que lhe são centralmente assacados com a imposição da austeridade.
No entanto, curiosamente, nunca o poder central deixou aos municípios um espaço tão grande de intervenção territorial (social e humana), pois aquele tem vindo a deixar cair ou olvidar muitas tarefas que lhe competiam num contexto de um território integrador e de distribuição justa da riqueza.
O poder local vai entrar num período de renovação sem precedentes.
A obrigatoriedade de substituição de muitos autarcas, face à lei de limitação de mandatos, trará consigo uma nova leva de cidadãos que, ao pretenderem assumir projectos municipais, terão de enfrentar novos, diferentes e difíceis desafios, para os quais seria bem que tivessem uma visão mais distanciada e menos comprometida com executivos vigentes. Estamos perante novas realidades de ruptura ou de reformulação de competências e não totalmente de continuidade.
Face à renovação legalmente exigida, torna-se natural que as candidaturas aos diferentes municípios se coloquem no terreno atempadamente. Desta feita, não há obra “circunstancial” para mostrar, mas ideias para debater, projectos a confrontar e pessoas e competências para aferir. Naturalmente, que para este trabalho de divulgação, promoção e contacto com as populações e com as diferentes instituições de relevo local qualquer candidatura carece de tempo. Neste contexto parece-me que a candidatura do Dr. António Braga esteve assisada.
A crise que nos assola é um choque que pode tornar-se numa grande oportunidade para a afirmação dos Municípios. O conhecimento mais esclarecido da realidade social e económica e a gestão de proximidade, a que acresce um relacionamento humano mais vivo podem fazer destes agentes promotores de iniciativas locais que permitam fazer frente à degradação social e ao nivelamento por baixo da sociedade.
Aliás, é neste aspecto que me parece ser interessante as ideias que António Braga vem trazendo a público: um desejo de fazer de Braga um centro socio-económico relevante, com envolvimento dos centros de competência instalados e das forças vivas e institucionais; criação de redes de relacionamento internacional com vista ao fomento do turismo e à captação de investimento estrangeiro.
Braga é já uma cidade com um grau de cosmopolitismo bastante interessante. Não é indiferente a isto a instalação do Instituto Internacional de Nanotecnologias, o sucesso da Universidade do Minho e alguns eventos de cariz religioso.
No entanto, muito mais se poderá fazer neste âmbito pela terceira cidade do país. Julgo que neste último ponto está uma grande vantagem para a cidade (Município) de Braga poder contar com o Dr. António Braga. Para além de ter estado próximo dos problemas, o que permite conhecer bem a realidade municipal, esteve de algum modo distanciado deles executivamente.
Complementarmente, desempenhou funções duradouras e relevantes, nacionais e supra nacionais (internacionalmente) que lhe permitiram contacto com diferentes realidades sócio económicas que podem ser referência para a nossa cidade.
Dito de um outro modo mais simples, mas que penso mais marcante: para um município do mundo, um homem com mundo!
(*) Swindon, Reino Unido.

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