quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

CENTRAR O DEBATE NO JOGO DO APARELHO
É ENTREGAR A CÂMARA AO ADVERSÁRIO

Por Maria do Céu Sousa Fernandes

O que é que está realmente em causa nas eleições autárquicas de 2013, em Braga? A resposta a esta questão exige, em primeiro lugar, que se clarifiquem os termos em que se irá disputar o ato eleitoral.
O primeiro dado significativo resulta do facto de o atual Presidente da Câmara Municipal, Eng.º Mesquita Machado, estar impossibilitado, por força da lei, de se recandidatar a novo mandato.
Daí que a situação, no que ao Partido Socialista diz respeito, seja delicada e obrigue a uma reflexão séria sobre qual o candidato melhor posicionado para enfrentar com êxito o desafio de voltar a colocar o Partido ao leme da Autarquia bracarense.
A verdade é que, em regra, a mudança de testemunho levanta sempre enormes dificuldades ao partido no poder, com a agravante, no caso de Braga, de essa ser uma absoluta novidade, pois sempre o Partido Socialista teve no Eng.º Mesquita Machado o candidato natural... e vencedor.
O problema, contudo, agudiza-se quando verificamos que, do lado da coligação “Juntos por Braga”, há um candidato que se vem afirmando ao longo dos últimos dez anos, com tudo o que isso representa em termos de exposição pública, pese embora o seu lado perdedor.
Assim sendo, e caso o Partido Socialista hesite ou opte por uma candidatura menor, o risco de se perder uma Câmara tão emblemática como Braga é real e deve obrigar os socialistas bracarenses a olhar para a questão com muito cuidado.
Hesitar é protelar no tempo uma decisão sobre o candidato. O avanço de dez anos do candidato da coligação, à medida que o tempo for passando, acabará por ser um trunfo inultrapassável, seja qual for a alternativa que se venha a desenhar.
O tempo é já curto para se partir para a corrida em condições de igualdade, mas ainda há tempo para recuperar, desde que se afirme no terreno um projeto mobilizador e um candidato competente.
Optar por uma candidatura menor é escolher o caminho do aparelho ou da passagem do testemunho. O caminho do aparelho será sempre um jogo fechado no interior do partido, sem capacidade de abertura à Cidade e, o que é mais grave, sem possibilidade de vencer.
Pois, como pode aspirar a vencer quem se sustenta apenas na lógica dos instalados? A passagem de testemunho pode ainda ser pior escolha, na medida em que só há um Eng.º Mesquita Machado, e não será uma segunda escolha que irá inverter a tendência de perda que se vem verificando eleição após eleição.
Há, portanto, que arriscar um novo caminho e uma nova ambição. O caminho novo está já no terreno, porque se faz tarde, corporizado na candidatura do Dr. António Braga, a qual responde com eficácia à questão da alternativa.
Em primeiro lugar, pelo curriculum do candidato, sem mácula e pleno de experiência.
Em segundo lugar, pela credibilidade do seu percurso político, com provas dadas nos mais diversos domínios em que se vem destacando, quer como deputado na Assembleia da República, quer como Presidente da Assembleia Municipal, quer como Secretário de Estado das Comunidades, com o que isso significa em termos de experiência e cultura política.
Finalmente, e o que é mais relevante, porque transporta consigo um olhar cosmopolita, que é uma vantagem assinalável numa altura complexa de crise económica e social que atravessa tudo e todos.
Decisiva, porém, é a ambição já apresentada pelo candidato de aprofundar o legado e fazer crescer a Cidade. O manifesto "Braga Braga 2013" começou já a desenhar os contornos do debate que deverá marcar a eleição do próximo Presidente da Câmara Municipal de Braga, rompendo energicamente com alguma passividade programática que tem norteado a disputa política na Autarquia bracarense.
Para lá da personalização da candidatura, há que ter em conta o projeto consubstanciado no manifesto que orienta a vontade das pessoas que, justamente, apoiam o candidato.
Cremos que os sete princípios que edificam o manifesto são essenciais para fazer crescer a Cidade, em participação, em cidadania, em mobilização e em inovação.
A primeira batalha a ganhar, contudo, é interna, na medida em que compete aos órgãos próprios do Partido Socialista a designação do candidato.
Daí que se tenha tornado imperativa a candidatura do Dr. António Braga à Comissão Política Concelhia do PS, articulando a ambição de ganhar a Câmara com a necessidade de convencer o Partido.
Olhando o que está em causa nas eleições de 2013, que é a possibilidade de o PS passar para a oposição por muitos e muitos anos, fica clara a oportunidade de se ter avançado com o movimento "Braga Braga 2013" e a urgência em que tal movimento se enraíze no partido, para mais tarde se enraizar na sociedade bracarense.
Hesitar é dar trunfos aos adversários. Optar por centrar o debate no jogo do aparelho é entregar a Câmara à coligação "de direita".
Apoiar o Dr. António Braga é a alternativa credível e potencialmente vencedora. O primeiro passo passa por dar ao Dr. António Braga a liderança da Concelhia bracarense do Partido Socialista. A palavra final, para isso, pertence aos militantes. Ganhar o Partido para ganhar a Câmara: não há outro caminho de esperança para os socialistas em Braga.

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